Os preços domésticos da soja subiram na última semana, impulsionados pela retração de produtores para vendas envolvendo grandes volumes, aponta o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta segunda-feira (20).
Segundo o documento, sojicultores estão atentos à valorização do dólar frente ao Real – o que torna a commodity brasileira mais atrativa em detrimento do grão norte-americano –, à maior demanda externa e às novas tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos à China, que entram em vigor em novembro e que podem ampliar ainda mais as vendas do Brasil ao país asiático.
No entanto, que esse cenário pressionou as cotações futuras da soja nos EUA e, por sua vez, as desvalorizações externas limitaram as altas no mercado brasileiro.
Quanto à safra brasileira 2025/26, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam aumento de área plantada em 3,6% frente à anterior, para um recorde de 49,07 milhões de hectares, o que se deve, principalmente, à substituição do cultivo de arroz por soja. A produção está estimada em 177,6 milhões de toneladas.
Preços do milho também avançam
Assim como as cotações da soja, os preços do milho no interior brasileiro se mantêm firmes, sustentados sobretudo da retração de produtores, que seguem focados na semeadura da safra verão 2025/26.
Nos portos, os valores do cereal também avançam, refletindo as valorizações do dólar e do mercado internacional.
“O aumento nos preços nos portos tende a impulsionar também as cotações no interior do País, à medida que esse contexto eleva a paridade de exportação”, comenta o Cepea-Esalq/USP.
No campo, a semeadura da safra de verão 2025/26 está adiantada na maior parte das regiões produtoras, somando, até o dia 11 de outubro, 31,2% da área nacional, avanço semanal de 2,1 pontos percentuais e acima dos 30,7% da média dos últimos cinco anos, segundo dados da Conab.
Relatório divulgado nesta semana pela entidade aponta que a produção agregada de milho para 2025/26 pode ser de 138,6 milhões de toneladas, o que representaria queda de 1,8% em relação ao volume de 2024/25.