Os preços do trigo caíram nos últimos dias, refletindo o avanço da colheita da nova safra, sobretudo no Paraná, e também a desvalorização do dólar frente ao real, destaca o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta terça-feira (16).
Segundo o centro de pesquisas, vendedores se apresentaram mais ativos no mercado spot na última semana, enquanto compradores seguiram retraídos, indicando estar abastecidos com o cereal importado em meses anteriores.
Em seu levantamento de setembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu a estimativa de produção brasileira, diante da menor área cultivada. A safra 2025 foi projetada em 7,536 milhões de toneladas, 3,5% abaixo da apontada em agosto e 4,5% inferior à de 2024 – o menor volume desde 2020.
A área semeada deve somar 2,449 milhões de hectares, queda de 3,8% sobre o relatório anterior e de 19,9% em relação a 2024. “O ligeiro aumento de 0,3% na produtividade (3,077 t/ha) não compensa a retração da área”, analisa o Cepea-Esalq/USP.
Colheita de trigo começa no Paraná, mas ainda não no Rio Grande do Sul
A colheita da safra 2025 de trigo teve início no começo deste mês no Paraná. Segundo o mais recente boletim semanal do Departamento de Economia Rural (Deral), os trabalhos alcançaram 12% da área projetada. Das lavouras que ainda restam em campo, mais de 80% apresentam boas condições.
Já no Rio Grande do Sul, os trabalhos de colheita ainda não tiveram início. De acordo com a Emater-RS/Ascar, “a evolução das lavouras segue adequada, e 55% estão no final do ciclo vegetativo, especialmente em alongamento do pseudocaule e em desenvolvimento das bainhas foliares, que sustentarão a espiga; 30% estão em floração; e 15% em enchimento de grãos”.
Juntos, PR e RS respondem por pouco mais de 70% da produção nacional de trigo.