Preço da cotação do trigo é pressionado por alta produtividade
Foto: Ministério da Agricultura e Pecuária

Apesar do atraso da colheita no Sul do Brasil, os preços de negociação do trigo continuam em queda, indica novo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta terça-feira (28).

Segundo o centro de pesquisas, chuvas vêm interrompendo constantemente as atividades de campo, sobretudo no Paraná. A maior competitividade do cereal importado, porém, tem pressionado as cotações.

“Além do dólar na casa dos R$ 5,30 e da safra mundial se concretizar como recorde, os estoques de passagem nacionais são altos, mantendo a atual oferta elevada e deixando pouca margem para aumento nos preços”, analisa o centro de pesquisas.

RS deve colher uma boa safra de trigo

No Rio Grande do Sul, principal estado brasileiro de trigo, a colheita da atual safra alcançou 10% da área cultivada na última semana, após avançar 8 pontos percentuais em sete dias, mostra o mais recente Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar.

Na mesma época da temporada passada, os trabalhos estavam em 28%; na média dos últimos cinco anos, em 29%. Das lavouras que ainda restam em campo, 45% se apresentam em fase de maturação; 38% em enchimento de grãos; 6% em floração; e 1% em desenvolvimento vegetativo.

Segundo a Emater/RS-Ascar, as condições meteorológicas registradas na última semana, como temperaturas amenas, boa luminosidade e redução da umidade excessiva, favoreceram tanto a maturação quanto o início da colheita em algumas regiões.

“De modo geral, as lavouras apresentam elevado potencial produtivo, sobretudo nos cultivos conduzidos sob manejo adequado de adubação e controle fitossanitário“, sinaliza e entidade.

No entanto, “a pressão de doenças fúngicas, como giberela, brusone e ferrugens, é observada em diversas regiões, exigindo atenção e aplicação de fungicidas em áreas não colhidas”, ressalta.