Na última semana, a Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) promoveu em Brasília (DF) sua terceira reunião deste ano.
Em linhas gerais, o encontro buscou debater novas projeções para a moagem de cana-de-açúcar no Brasil e temas em alta que impactam o setor, como o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o crescimento do mercado de etanol de milho.
Na oportunidade, representantes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) apontaram que o processamento de cana no Centro-Sul do Brasil deverá ter uma queda de 2% a 3% na safra 2025/26. Já no Nordeste, deverá ser registrada uma baixa de 5%.
Sobre o impacto da taxação anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, aos produtos brasileiros, especialistas apontam que o prejuízo para o açúcar que não está na Cota Americana e tem valor fixo não será muito impactante.
Em relação ao mercado de etanol de milho, cujos números são surpreendentes e cada vez mais crescentes, foram descartadas uma suposta concorrência com os produtores de etanol de cana.
“Quem produz etanol de cana não olha o produtor de etanol de milho como adversário, mas como parceiro, onde ambos têm que procurar novos mercados, pleitear aumento da mistura do etanol na gasolina de 30% para 35%, explorar o mercado do combustível marítimo, buscar novos mercados e trabalhar juntos para o crescimento da produção de etanol no Brasil”, afirmou Pedro Tavares Campos Neto, vice-presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba.
No que diz respeito à safra de cana-de-açúcar no Nordeste, segundo o vice-presidente, a perspectiva é de que Pernambuco mantenha a mesma safra que a anterior; Alagoas deve cair em função de um período longo de estiagem; e Paraíba e Rio Grande do Norte também devem cair um pouco.
“Mesmo com a volta das chuvas, mas o período longo sem precipitações regulares comprometeu um pouco a produção da safra na Paraíba e Rio Grande do Norte, localidades onde a qualidade do solo não é a mesma de Pernambuco e Alagoas, e isso vai refletir numa redução de safra de cerca de 5% na região”, disse ele, reiterando que a reunião foi muito produtiva, com temáticas relevantes sobre o setor sucroenergético nacional.