Geopolítica

Especialistas discutem nova ordem mundial e impactos no agronegócio brasileiro

Evento da CNA discutiu como a nova ordem mundial pode afetar o agronegócio e abrir oportunidades ao Brasil

Imagem registra o segundo painel do dia, que teve como tema “Nova Ordem Mundial” e reuniu nomes de peso para discutir riscos, oportunidades e projeções para o setor
Foto: Assessoria de Comunicação CNA

Durante o evento Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical”, realizado nesta terça-feira (6), em São Paulo, especialistas debateram os impactos das mudanças na geopolítica global para o agronegócio brasileiro. O segundo painel do dia, com o tema Nova Ordem Mundial”, reuniu nomes de peso para discutir riscos, oportunidades e projeções para o setor.

Participaram da conversa o ex-presidente do Banco dos Brics, Marcos Troyjo; o professor da FGV e pesquisador do Carnegie Endowment e da Universidade de Harvard, Oliver Stuenkel; e o ex-secretário de Comércio Exterior e sócio-fundador da BMJ, Welber Barral. A mediação foi conduzida pelo jornalista William Waack, da CNN Brasil.

Nova Ordem Mundial

Segundo Stuenkel, o mundo vive um novo ciclo de rivalidade entre grandes potências, exigindo adaptações econômicas e diplomáticas. “Já vínhamos assistindo à erosão daquele grande acordo entre China e EUA, que começou a ruir no final do governo Obama”, avaliou o professor.

Para Barral, o atual cenário geopolítico é desafiador, mas também oferece oportunidades ao Brasil. “Em 2030, o país deverá responder por 60% da produção global de soja e até 90 milhões de toneladas de milho, aproveitando os espaços deixados por medidas protecionistas dos EUA”, destacou.

Marcos Troyjo reforçou a centralidade do agronegócio nas relações internacionais atuais. “O agro ficou importante demais por uma combinação entre competência interna e um ambiente externo mais exigente. A geopolítica foi para o centro do palco”, disse.

Além disso, Troyjo apontou que há três vetores que vão funcionar para o agro do Brasil. “Um será a presidência Trump, com os Estados Unidos muito poderosos. A segunda é a oscilação popular e a terceira é o fato que as principais forças da demanda global serão os países emergentes, e isso representará uma nova altura de voo para o agro brasileiro”.

Segundo ele, embora a segurança alimentar seja um pilar estratégico para a China, o país não deve utilizá-la como moeda de negociação com os Estados Unidos.

O evento foi promovido pelo Sistema CNA/Senar, em parceria com o Estadão, reunindo autoridades, representantes do setor produtivo e especialistas em comércio internacional.