O Governo Federal lançou, nesta terça-feira (1º), o Plano Safra 2025/2026, com recursos de R$ 516,2 bilhões destinados à agricultura empresarial — um acréscimo de 1,5% em relação à safra anterior, que totalizou R$ 508,5 bilhões.
A cerimônia de lançamento ocorreu no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Lula e do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Voltado a médios e grandes produtores rurais, o Plano Safra da Agricultura Empresarial é coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e contempla operações de custeio, comercialização e investimento.
Durante o evento, o ministro Carlos Fávaro destacou que a prioridade do governo é apoiar a contratação de custeio agrícola, especialmente diante do cenário macroeconômico atual, marcado por juros elevados.
O governo fez arranjos orçamentários para assegurar um valor recorde pelo terceiro ano consecutivo. Estamos priorizando o custeio e a comercialização, atendendo ao pedido das entidades do setor, afirmou o ministro.
Os juros das linhas de crédito para médios e grandes produtores vão subir até 2 pontos percentuais. Para médios, a taxa do custeio será de 10% ao ano. Para os grandes, de 14%. Os investimentos terão alíquotas entre 8,5% e 13,5%.
Segurança e sustentabilidade no campo
A partir deste ciclo, o crédito rural de custeio agrícola exigirá conformidade com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). A medida, que antes se limitava ao Pronaf, agora abrange financiamentos acima de R$ 200 mil e operações fora do escopo do Proagro, contribuindo para maior segurança e sustentabilidade na produção rural.
Outra novidade é a autorização para financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito, facilitando o acesso a insumos agropecuários.
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O crédito de custeio também contemplará a produção de sementes e mudas florestais, valorizando práticas voltadas à preservação ambiental.
Além disso, serão permitidos financiamentos para plantas de cobertura do solo na entressafra, promovendo práticas agrícolas sustentáveis.
Renegociação de dívidas e crédito ampliado
O Plano Safra 2025/2026 inclui medidas para facilitar a renegociação de dívidas agrícolas, oferecendo flexibilidade financeira a produtores impactados por safras anteriores.
Entre os destaques está a ampliação do acesso ao Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), que agora pode ser acessado por beneficiários do Pronaf e Pronamp, mesmo com contratos ativos no Plano Safra. Isso fortalece a produção cafeeira e amplia as opções de crédito rural.
Incentivo à produção sustentável e inovação no campo
Produtores que adotarem práticas agrícolas sustentáveis terão acesso a crédito com juros reduzidos.
O plano também apoia:
- Produção de mudas e reflorestamento;
- Culturas de cobertura do solo;
- Investimentos em granjas modernas por meio dos programas unificados Moderagro e Inovagro.
O subprograma RenovAgro Ambiental agora contempla:
- Prevenção e combate a incêndios florestais;
- Aquisição de caminhões-pipa;
- Reposição de espécies nativas em áreas de preservação.
Melhorias na armazenagem e ampliação do Pronamp
O Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) teve seu limite de capacidade por projeto duplicado, de 6 mil para 12 mil toneladas, melhorando a infraestrutura de estocagem da produção rural.
O limite de renda anual para enquadramento no Pronamp subiu de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões, ampliando o acesso às condições diferenciadas de crédito rural.
