A produção de café no Acre mais que dobrou em 2025, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com crescimento de 113,3% entre novembro de 2024 e novembro de 2025, a produção saltou de 3.079 toneladas para 6.581 toneladas, refletindo os investimentos públicos, o fortalecimento do cooperativismo na cafeicultura e a adoção de novas tecnologias no campo.
Foto: Pedro Devani/Secom

A produção de café no Acre mais que dobrou em 2025, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com crescimento de 113,3% entre novembro de 2024 e novembro de 2025, a fabricação saltou de 3.079 toneladas para 6.581 toneladas, refletindo os investimentos públicos, o fortalecimento do cooperativismo e a adoção de novas tecnologias no campo.

Segundo o levantamento, a safra total de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas no Acre deve alcançar 187.062 toneladas, cultivadas em uma área estimada de 62.913 hectares. A mandioca lidera com folga a produção agrícola , seguida por milho e banana, enquanto o café ganha destaque pelo ritmo acelerado de crescimento.

A produção agrícola estimada no Acre, em toneladas: Mandioca – 494.311; Milho – 123.214; Banana – 89.854; Soja – 56.656; Cana-de-açúcar – 10.181; Laranja – 5.252; Arroz – 4.339; Feijão – 2.829; e Fumo – 112.

Cafeicultura ganha força com cooperativismo

Nos últimos anos, o Acre vem apostando na cafeicultura aliada ao desenvolvimento sustentável e fortalecimento da agricultura familiar. A estratégia tem ampliado o acesso de pequenos e médios produtores à cadeia produtiva, especialmente por meio do cooperativismo.

Em Mâncio Lima (AC), foi inaugurado o maior complexo industrial da agricultura familiar da Região Norte do estado, com investimento de R$ 10 milhões.

O Complexo Industrial do Café do Juruá agrega tecnologia e valor ao café produzido localmente e fortalece a bioeconomia amazônica. O projeto é resultado da parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Cooperativa de Café do Juruá (Coopercafé), com apoio dos governos estadual e federal.

Com 1.640 m² de área construída, a unidade opera com energia 100% renovável, gerada por 356 painéis solares, que produzem cerca de 21.500 kWh por mês. O projeto também adota reuso de água da chuva e utilização de lenha certificada, reduzindo impactos ambientais.

Outros investimentos para a cadeia do café

O setor cafeeiro acreano recebeu novo impulso com a assinatura de um convênio de R$ 14,7 milhões entre a ABDI e a Cooperativa dos Extrativistas do Acre (Cooperacre). O investimento viabilizará a construção de mais um complexo industrial, desta vez em Acrelândia (AC), em área cedida pelo governo estadual.

De acordo com o secretário de Estado de Agricultura, José Luis Tchê, “já temos garantidos recursos para 1,5 milhão de mudas de café em 2025 e mais 6 milhões de mudas para o próximo ano, adquiridas diretamente de viveiristas locais”, destaca.

Além da industrialização, o governo do Acre tem investido em mecanização, insumos e assistência técnica, especialmente para a agricultura familiar. Um dos destaques é o programa Solo Fácil, voltado à análise de solo, etapa considerada essencial para o aumento da produtividade.

De acordo com o secretário, cerca de 95% dos agricultores familiares não realizavam análise de solo. Para mudar esse cenário, o programa utiliza tecnologia NIRS, que permite diagnósticos mais rápidos e precisos.

Outro programa estratégico é o Plantando Água, que busca garantir irrigação no período de seca por meio da construção de tanques e barragens. “O café traz dignidade ao agricultor familiar, quando ele passa a colher 70, 80 ou até 100 sacas por hectare, muda completamente sua realidade no campo”, ressalta o secretário.