O agronegócio de São Paulo fechou os primeiros 11 meses de 2025 com um superávit de US$ 21,07 bilhões, mantendo o estado entre os principais exportadores do setor no país. De janeiro a novembro, as exportações do agro paulista somaram US$ 26,35 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 5,28 bilhões.
Foto: Agência SP

O agronegócio de São Paulo fechou os primeiros 11 meses de 2025 com um superávit de US$ 21,07 bilhões, mantendo o estado entre os principais exportadores do setor no país. De janeiro a novembro, as exportações do agro paulista somaram US$ 26,35 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 5,28 bilhões. O desempenho confirma a força das cadeias produtivas e a competitividade do estado, que segue ocupando a segunda posição nas exportações nacionais, atrás apenas de Mato Grosso.

De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, o resultado é reflexo de investimentos contínuos em tecnologia, infraestrutura e desburocratização.

São Paulo alcança um superávit de US$ 21 bilhões porque tem produtores qualificados e políticas públicas que garantem segurança e liberdade para produzir”, afirma o secretário.

No cenário nacional, de janeiro a novembro, São Paulo respondeu por 17% das exportações do agronegócio brasileiro, ficando em 2º lugar do ranking nacional. A análise completa do desempenho é produzida mensalmente pela Apta e pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA).

Os setores que lideram as exportações

O complexo sucroalcooleiro lidera as vendas externas do agro paulista, com 31,3% de participação e receita de US$ 8,2 bilhões. O açúcar representa 93% desse valor, enquanto o etanol responde por 7%.

Na segunda posição está o setor de carnes, com 15,2% das exportações, totalizando US$ 4 bilhões, sendo 85,1% provenientes da carne bovina.

A seguir aparecem:

  • Produtos florestais: 10,5% (US$ 2,7 bilhões)
  • Sucos: 9,9% (US$ 2,6 bilhões), sendo 97,8% suco de laranja
  • Complexo soja: 8,6% (US$ 2,2 bilhões), com predominância da soja em grão (78,3%)

Esses cinco grupos representam 75,5% de toda a pauta exportadora do agro paulista. O café ocupa a sexta posição, com US$ 1,6 bilhão.

Entre as variações de desempenho, destacaram-se os aumentos em:

  • Café: +39,2%
  • Carnes: +24,1%
  • Complexo soja: +1,3%

Já os grupos sucroalcooleiro, florestais e sucos registraram queda.

Principais destinos e impacto do tarifaço

A China segue como principal destino das exportações, respondendo por 24,4% das compras, com destaque para produtos do complexo soja, carnes, açúcar e produtos florestais.
A União Europeia aparece com 14,3% e os Estados Unidos, com 11,8%.

O tarifaço imposto pelos EUA a partir de agosto impactou o ritmo das vendas brasileiras, com quedas sucessivas entre agosto e novembro. Ainda assim, o país se manteve como o terceiro maior comprador do agro paulista. Segundo Carlos Nabil, diretor da Apta, novas rotas comerciais ajudaram a minimizar o impacto, com destaque para China, México, Canadá, Argentina e União Europeia.

A reversão parcial das tarifas, anunciada pelo governo norte-americano em 20 de novembro, deve melhorar o fluxo de embarques nos próximos meses.