O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná deve superar os R$ 200 bilhões 2025, um dos maiores resultados da história no estado. A projeção do Departamento de Economia Rural (Deral) é impulsionada pela safra recorde de grãos e pelo bom desempenho da pecuária.
Em 2024, o VBP somou R$ 188,4 bilhões, mostrando um salto significativo na força econômica do campo.
A economista do Deral, Larissa Nahirny, explica que o VBP mede o faturamento total gerado pelas lavouras, pela pecuária e pelas demais cadeias produtivas.
“É um indicador que mostra a potência do agro paranaense e orienta decisões de investimento e planejamento”, afirmou Nahirny. Os números finais serão confirmados no próximo semestre, mas a tendência de crescimento é considerada consistente pelos técnicos do Paraná.
Agricultura puxa o crescimento
Conforme informado pelo Departamento de Economia Rural, a agricultura é o principal motor da expansão. A safra 2025 deve registrar recorde na produção de grãos, especialmente pela recuperação na soja e no milho segunda safra, que apresentam volume maior e preços estáveis. Apenas essas duas cadeias devem adicionar cerca de R$ 10 bilhões ao VBP, elevando a produção da agricultura para acima de R$ 81 bilhões.
O plantio da soja foi concluído em 5,77 milhões de hectares. Embora 88% das lavouras estejam em boas condições, o clima irregular de novembro, com dias frios, pouco sol e chuva com granizo, gerou atraso no desenvolvimento das plantas. Isso pode postergar o plantio do milho safrinha em 2026. Mesmo assim, a expectativa é de boa colheita.
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O feijão, por outro lado, apresenta cenário de atenção. A produtividade inicial está abaixo do previsto, e o VBP da cultura recuou para R$ 2,2 bilhões, quase R$ 900 milhões a menos que no ano anterior.
Pecuária avança com carne, leite, ovos e tilápia
A pecuária paranaense segue com desempenho favorável e soma R$ 66 bilhões ao Valor Bruto da Produção Agropecuária, alta superior a 10% frente ao ano anterior. O bom momento é reforçado pelo acesso a mercados internacionais, como a exportação de carne suína para o Chile, que reconheceu o Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação.
A piscicultura se consolida como uma das atividades de maior crescimento no Estado. Em 2024, o VBP da tilápia chegou a R$ 2,29 bilhões, alta de 10,4%. A espécie já representa 80% de toda a piscicultura paranaense e vem ganhando espaço entre as proteínas animais, com crescimento médio anual de 24% desde 2011.
A exportação de 346,2 toneladas para o Chile em novembro também foi um marco positivo. A expectativa é ampliar o volume em 2026, consolidando o mercado chileno entre os principais destinos da carne suína do Paraná.
Com maior volume exportado, a oferta de carne bovina no mercado interno caiu 5% em novembro, sustentando preços elevados. A arroba gira em torno de R$ 322,50, com alta nos cortes de dianteiro (2,7%) e traseiro (7,5%) no atacado paranaense.
O Paraná segue líder nacional na criação de aves, com 1,711 bilhão de animais abatidos nos três primeiros trimestres de 2025, 34% do total da produção brasileira. A produção atingiu 3,707 milhões de toneladas de carne. No caso dos ovos, foram alcançadas 3,045 bilhões de dúzias no ano, e o Paraná respondeu por 154 milhões de dúzias, aumento de 1,5%. O Estado é líder em ovos para incubação, com 31,3% do total nacional.
