Comércio internacional

Agro brasileiro discute cenário geopolítico e futuro da agricultura tropical

Evento do Sistema CNA/Senar em São Paulo reuniu lideranças para debater impactos do comércio internacional no campo

Evento reuniu autoridades do setor para discutir o cenário geopolítico e futuro da agricultura tropical
Foto: Assessoria de Comunicação CNA

O evento “Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical”, promovido pelo Sistema CNA/Senar em parceria com o Estadão, reuniu nesta terça-feira (6), em São Paulo, especialistas e autoridades para debater os efeitos das mudanças no comércio internacional sobre o agronegócio brasileiro.

Entre os presentes estavam o presidente da CNA, João Martins, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, além de jornalistas, parlamentares e produtores de várias regiões. A programação contou com paineis que abordaram os desafios e oportunidades para o agro em meio à crescente instabilidade global.

Durante a abertura, Martins destacou que o agro brasileiro está conectado ao cenário global, mesmo quando os produtos não são exportados diretamente.

“E não falo só da soja ou da carne que exportamos. Falo também da alface, do tomate e de tudo que vendemos nas feiras. Mesmo quando o produto não é exportado, o produtor está ligado ao mundo”, disse o presidente da entidade.

O presidente da CNA também alertou para a necessidade de preparar os produtores diante da desaceleração do comércio global. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o crescimento do comércio internacional em 2025 foi revisto para 1,7%, abaixo da estimativa anterior de 2,5%, devido a novas tarifas norte-americanas.

Em um dos paineis do evento, com mediação do jornalista William Waack (CNN Brasil), contou com participações do deputado Pedro Lupion (presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária – FPA) e da senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura.

Tereza Cristina destacou a importância da Lei de Reciprocidade Comercial, que pode ser usada para proteger o Brasil diante de medidas desproporcionais em acordos internacionais. Ela também pontuou gargalos estruturais que precisam ser enfrentados:

“Temos um setor eficiente e produtivo, mas precisamos resolver o crédito, o seguro rural e a capacidade de armazenagem para garantir previsibilidade”.

Já Pedro Lupion, alertou para os efeitos da guerra comercial entre EUA e China, reforçando que o Brasil deve avaliar riscos e oportunidades com atenção, posicionando-se de forma estratégica no mercado global.