Até sexta-feira (4), o arquipélago do Marajó é palco da 10ª edição do Marajó Búfalos, um torneio leiteiro que reúne produtores rurais de oito municípios do Pará. A iniciativa, promovida pela Associação Paraense de Criadores de Búfalos (APCB) e apoiada por instituições públicas e privadas, busca fortalecer a cadeia produtiva da bubalinocultura com foco na produção leiteira.
Ao todo, participam 15 produtores, representando oito propriedades, em um modelo descentralizado que realiza as ordenhas diretamente nas fazendas. A mudança de formato surgiu durante a pandemia e se consolidou como um diferencial. “O Torneio ocorre nas propriedades, sem necessidade mais de nos concentrarmos num só local”, explica Gerson Cora Mota, técnico agropecuário da Associação Rural da Pecuária do Pará (ARPP). “Esse modelo, inclusive, inspirou outros estados, como Minas Gerais.”
A disputa considera o volume de leite extraído por animal, medido em quilos por meio de balança específica. As ordenhas ocorrem diariamente às 6h e às 18h, com acompanhamento de estudantes dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia de instituições parceiras. Os acadêmicos atuam como fiscais nas propriedades, coletando dados e garantindo a lisura do processo.
A competição é dividida em quatro categorias, primíparas, jovens, adultas e sênior, e também avalia o desempenho dos vaqueiros, premiando aquele que realizar a ordenha no menor tempo.
De acordo com o veterinário Augusto Peralta, da Coordenadoria de Produção Animal (Copan) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), o torneio tem impacto direto na valorização da produção local. “A Sedap incentiva a bubalinocultura, principalmente por meio da parceria com instituições como a Embrapa, Ufra e associações de produtores rurais”, afirma.
Municípios como Abaetetuba, Xinguara, Salvaterra, Nova Timboteua e Cachoeira do Arari são algumas das regiões participantes do evento, que já se consolidou como referência no setor. A expectativa dos organizadores é que o torneio siga crescendo e fortalecendo a cadeia produtiva bubalina no Pará e no Brasil.