Imagem ilustra como um fungo avança como uma das opções sustentáveis para controle da broca-da-cana
Foto: Abhishek Shintr/Unsplash

O Instituto Agronômico (IAC) reforça que a irrigação agrícola deve ser tratada como um insumo estratégico, que precisa de planejamento e monitoramento para gerar resultados consistentes. A prática deve considerar fatores como clima, solo e desenvolvimento das plantas, ajustando-se de acordo com as variações do ambiente de produção.

Durante a Feira Internacional da Irrigação 2025, realizada em Campinas (SP), a pesquisadora Regina Célia de Matos Pires destacou que a irrigação de cana-de-açúcar pode estimular o crescimento radicular em profundidades de até 80 cm, como no caso da variedade IACSP95-5094.

Esse desenvolvimento aumenta a capacidade de absorção de água e nutrientes, melhora o aproveitamento das chuvas e fortalece o vigor das mudas, resultando em lavouras mais homogêneas e produtivas.

Estudos do IAC também mostraram diferenças na resposta de cultivares em condições de sequeiro e irrigadas. Variedades como IACCTC07-8008 e IACSP01-5503, por exemplo, apresentaram desempenhos distintos diante de estresses hídricos. Em sistemas de gotejamento subterrâneo, a eficiência hídrica variou entre 15 e 20 quilos de colmos por metro cúbico de água aplicado, reforçando a importância de escolher cultivares adaptadas e eficientes.

Segundo Regina, o monitoramento da água disponível no solo e da profundidade das raízes é essencial, sobretudo em práticas como a irrigação de salvamento. “Cada parâmetro monitorado aumenta a confiabilidade na tomada de decisão e ajuda o produtor a reduzir riscos”, afirmou.

Além das medições tradicionais, novas tecnologias, como imagens de câmeras e sensores, já estão disponíveis para apoiar a gestão hídrica. Para os pequenos e médios produtores, o uso racional da água, aliado à adoção de variedades adequadas, pode representar não apenas economia, mas também ganhos expressivos em produtividade e sustentabilidade no campo.