
No início de cada safra, a atenção do produtor costuma se concentrar na escolha da semente, na correção do solo e no planejamento da adubação. No entanto, um fator igualmente determinante para o sucesso do plantio muitas vezes passa despercebido: a manutenção dos implementos responsáveis pela distribuição de insumos.
Especialistas alertam que a regulagem inadequada dos dosadores de fertilizantes continua sendo uma das principais causas de falhas de aplicação, desperdício e perda de rendimento no campo.
De acordo com o técnico da FertiSystem, Fábio Leone, a manutenção prévia dos equipamentos evita paradas desnecessárias, irregularidades na deposição e danos ao maquinário.
“Durante a semeadura para que o produtor não tenha nenhuma intercorrência, não precise parar em questão de tempo, por conta de algum eventual acidente ou problema que venha acontecer com os dosadores”, diz.
A literatura técnica reforça a recomendação: práticas rotineiras de manutenção podem reduzir em até 25% os custos com reparos, além de elevar a eficiência operacional.
Um dos principais desafios é garantir que o fertilizante seja distribuído de forma uniforme e na quantidade correta. Para isso, rolamentos, engrenagens, correntes, sensores de distribuição e mecanismos de dosagem devem estar em perfeito funcionamento.
Elementos como o sem-fim, responsável pela condução do adubo, precisam ser verificados quanto a desgaste e compatibilidade com a dose desejada. Lubrificação adequada e atenção à integridade dos componentes plásticos também fazem parte do conjunto de cuidados essenciais. Outro ponto crítico é o nivelamento da plantadeira e a regulagem dos discos de deposição, que garantem profundidade uniforme de semeadura.
Durante o plantio, o monitoramento do equipamento continua sendo indispensável. Se a plantadeira permanecer parada por mais de alguns dias com fertilizante no reservatório, há risco de compactação do material, formação de crostas e bloqueio da passagem do insumo. Esse acúmulo pode comprometer a distribuição ou até danificar componentes internos. Após o término do trabalho, a limpeza imediata ajuda a evitar oxidação e desgaste prematuro das partes metálicas, já que o fertilizante é altamente corrosivo.
O tipo de dosagem adotado também influencia diretamente na manutenção. Não existe um sistema universal: culturas diferentes, volumes distintos de aplicação e modelos variados de sem-fim exigem regulagens próprias.
A escolha da dose, se abaixo ou acima de 200 quilos por hectare, por exemplo, define ajustes específicos no equipamento. Em sistemas mais automatizados, sensores e mecanismos de controle oferecem precisão maior, mas dependem de calibração frequente para garantir o desempenho esperado.