
Resumo da notícia
- O MDA e a Embrapa lançarão uma ferramenta online para assistência técnica e difusão de tecnologia à agricultura familiar.
- O titular do MDA, Paulo Teixeira, defende novas tecnologias para tornar a produção dos pequenos agricultores mais resiliente às mudanças climáticas.
- A plataforma será exportada para países africanos lusófonos e, depois, traduzida para outras línguas.
- A Embrapa abrirá um escritório na Etiópia e estuda intercâmbio em pecuária leiteira com base no Gir Leiteiro.
- Programas de recuperação e reflorestamento fortalecem a renda local e inserem agricultores familiares na economia.
O ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, adiantou, nesta terça-feira (4), no Fórum Brasil África 2025, realizado na capital paulista, que a pasta prepara, em parceria com a Embrapa, o lançamento de uma plataforma digital de assistência técnica e extensão rural, com foco na disseminação de conhecimento e transferência de tecnologia para a agricultura familiar.
Segundo Teixeira, diante do agravamento das mudanças climáticas e seus respectivos impactos negativos, sobretudo para o produtor de pequeno porte, a produção agrícola precisa de novas tecnologias, a fim de se tornar mais resiliente e o acesso à informação, técnicas, boas práticas e inovação precisa ser facilitado a quem mais necessita, que é o agricultor familiar.
De acordo com o titular do MDA, a novidade tem grande potencial para ser “exportada” para outros países – inicialmente de língua portuguesa, a começar por exemplo, para nações africanas, e depois também ser traduzida para outros idiomas, ampliando seu alcance internacional.
No âmbito das relações Brasil-África, que Teixeira classificou como de sinergia histórica, o ministro reforçou a informação de que a Embrapa prepara a abertura de um escritório de cooperação em Adis Abeba, capital da Etiópia, para fortalecer a parceria científica e técnica do agro brasileiro com o continente africano. Nesta agenda, disse que um dos programas de intercâmbio, que já está sendo estudado, é no segmento da pecuária de leite. “O trabalho de melhoramento genético da raça Gir Leiteiro, que vem sendo desenvolvido no Brasil junto a pecuaristas familiares, pode servir de exemplo para a África”, comenta.
COP e rota econômica
Em tempos de Conferência do Clima, o titular do MDA pontuou que a agricultura nacional tem dois grandes programas de caráter restaurativo: o de recuperação de pastagens degradadas, com foco em resgatar a fertilidade do solo; e o de reflorestamento de áreas deterioradas por meio da implantação de arranjos florestais produtivos.
Segundo o ministro, na Amazônia, por exemplo, o consórcio de produtos típicos da região, como açaí, cacau, dendê, com a floresta tem apresentado resultado financeiro dez vezes superior ao obtido com a agricultura extrativa. “É mudar o perfil produtivo, de renda local, estimulando a formação de cooperativas. Queremos investir cada vez mais numa agricultura regenerativa, com fortes características biológicas“, afirmou Teixeira.
O titular do MDA assinalou, ainda, que as ações da pasta dirigidas a estimular compras públicas da agricultura familiar têm se mostrado eficientes no propósito de colocar o pequeno produtor na rota econômica e não apenas de subsistência.
Além disso, o ministro acentuou que no Brasil inexiste a competição entre a agricultura para produção de alimentos e a destinada à energia. “Aqui, milho e soja alimentam rebanhos e são usados para fabricação de biocombustíveis“, disse.