
Com a intensificação da pecuária brasileira, a sanidade animal se tornou um fator decisivo para a produtividade e a sustentabilidade dos sistemas produtivos. Doenças infecciosas impactam diretamente o desempenho zootécnico, elevam custos e aumentam riscos sanitários, o que torna a vacinação uma das principais estratégias de prevenção no campo.
Nas últimas décadas, a tecnologia aplicada às vacinas evoluiu significativamente. Em contexto comercial, os imunizantes registrados incorporam avanços como novos tipos de antígenos, adjuvantes mais eficientes e processos industriais padronizados.
Esses produtos passam por longos ciclos de desenvolvimento, que podem levar de sete a dez anos, incluindo testes de eficácia, avaliações de segurança e auditorias oficiais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), garantindo rastreabilidade e controle de qualidade.
Já as vacinas autógenas têm uso restrito a situações específicas, principalmente quando não há vacina registrada disponível para determinado agente infeccioso. Produzidas a partir de amostras coletadas em uma propriedade ou região, elas são sempre inativadas, apresentam menor nível tecnológico e não passam pelos mesmos processos de validação exigidos pelo tipo comercial. A resposta imunológica gerada pode variar conforme o adjuvante utilizado e as condições de produção.
Por esse motivo, a orientação técnica predominante é priorizar vacinas registradas sempre que houver opção disponível. A escolha se baseia em critérios objetivos, como comprovação científica de eficácia, segurança para os animais e previsibilidade dos resultados no campo. As vacinas autógenas devem ser consideradas apenas de forma complementar, quando inexistem alternativas registradas.
A decisão sobre qual vacina utilizar deve integrar o planejamento sanitário da propriedade, com base em diagnóstico adequado, orientação veterinária e avaliação de risco. O uso de imunizantes com validação técnica consistente contribui para a redução de perdas, maior estabilidade produtiva e melhor proteção dos rebanhos ao longo do tempo.