Pintinhos recém-nascidos na granja, fase inicial da criação de frango
Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA

A China ainda não retomou as compras de carne de frango brasileira – as aquisições estão suspensas desde meados de maio, quando foi registrado um caso de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul –, mas o setor avícola nacional está otimista e à espera de boas notícias nas próximas semanas.

Esse é o destaque do novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta sexta-feira (3).

O documento informa que, na segunda quinzena de setembro, representantes chineses estiveram no Brasil avaliando a forma que o País administrou a ocorrência do caso da gripe aviária. 

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, de janeiro a maio, a média mensal de exportação de carne à China era de 45,65 mil de toneladas, quantidade que representava, em média, 10% do total escoado pelo Brasil.

Já em junho, julho e agosto, a média de escoamento ao país asiático caiu para 191 toneladas, passando a representar apenas 0,05% dos embarques nacionais nesse período. 

Pesquisadores do Cepea-Esalq/USP indicam que, caso a China – único país que mantém o embargo sobre a proteína brasileira – retome as compras por aqui, o Brasil está preparado para ofertar carne de frango o suficiente para atender ao país asiático sem comprometer a disponibilidade doméstica e nem impulsionar os valores internos da proteína. 

Destaque do Cepea-Esalq/USP para ovos

A diferença entre os preços dos ovos tipos extra brancos e vermelhos, ambos comercializados em Santa Maria de Jetibá (ES), recuou em setembro para o menor nível desde novembro do ano passado, apontam dados do Cepea-Esalq/USP, também divulgados hoje. 

Vale lembrar que esse cenário é visto após os preços das duas variedades de ovos terem alcançado, em março deste ano, uma diferença recorde, considerando-se toda a série histórica do Cepea-Esalq/USP, iniciada em 2019 nesta praça.

Desde então, a diferença entre os valores das duas variedades tem recuado de forma contínua. “O estreitamento gradual entre as duas variedades de ovos reflete o aumento da oferta no mercado doméstico ao longo dos últimos meses, que pressionou as cotações da proteína”, aponta o centro de pesquisas. 

Dados do Cepea-Esalq/USP mostram que, entre julho e setembro, o preço dos ovos brancos tipo extra, a retirar (FOB) em Santa Maria de Jetibá, caiu 14% em relação ao trimestre anterior, em termos reais (dados deflacionados pelo IGD-DI de agosto/25), enquanto que, para os ovos vermelhos, a retração na média trimestral foi ainda mais intensa, de 18% (também em termos reais).