A 9ª edição do Benchmarking Confinamento Probeef, estudo técnico realizado pela Cargill, apontou um conjunto de boas práticas essenciais para o sucesso da estratégia de terminação de bovinos em confinamento.
Com dados de mais de 2,34 milhões de cabeças, provenientes de 233 clientes, o levantamento representa aproximadamente 30% do volume total de bovinos confinados no Brasil em 2023, estimado em 5,7 milhões de cabeças, segundo a Scot Consultoria.
Além do Brasil, o estudo inclui confinamentos localizados na Bolívia e no Paraguai, com destaque para o Centro-Oeste brasileiro, que concentrou mais de 977 mil animais, seguido pelo Sudeste, com 576 mil cabeças.
A amostra contempla confinamentos de todos os portes — com predominância de propriedades que operam entre 1.000 e 3.000 cabeças, seguidas por estruturas com até 10 mil animais, além de unidades com mais de 40 mil cabeças.
Perfil do rebanho avaliado
- 89,75% dos animais confinados eram machos, com peso médio de entrada de 374 kg;
- A permanência média no cocho foi de 108 dias;
- O rendimento de carcaça alcançou 55,6%, com conversão alimentar média de 6,63 kg;
- As principais raças observadas foram Nelore (64,27%) e Anelorado (14,20%).
- Tecnologia como diferencial competitivo
Um dos destaques da edição 2025 do estudo é o papel da tecnologia e da gestão de dados no desempenho dos confinamentos. Segundo a Cargill, as operações mais bem-sucedidas foram aquelas que adotaram ferramentas digitais e automação para embasar decisões diárias com mais precisão. Entre os participantes:
- 81,5% utilizam software específico para gestão do confinamento;
- 50% fazem análise avançada de dados zootécnicos e financeiros;
- 49% adotam sistemas individuais de rastreabilidade;
- 37% possuem automação no trato alimentar;
- 35% integram o sistema de confinamento com softwares ERP.
A Cargill destaca que, em cenários de margens apertadas, o manejo eficiente do cocho, a rastreabilidade e a automação são fatores decisivos para a rentabilidade. “A tecnologia tem deixado de ser uma opção e se tornado um elemento essencial para a sustentabilidade econômica e operacional dos confinamentos”, afirma a equipe técnica responsável pelo estudo.