
A chegada das chuvas de verão abre um cenário favorável para a recria de bovinos, especialmente pelo aumento da disponibilidade e da qualidade das pastagens.
Uma maior quantidade de massa verde e maior teor de nutrientes, ajuda o gado a apresentar um melhor desempenho nutricional, além de possibilitar o ganho de peso acelerado. Ao mesmo tempo, o período traz riscos sanitários que podem comprometer esse potencial se não houver manejo adequado.
De acordo com o zootecnista Bruno Marson, o crescimento vigoroso das forragens durante as chuvas oferece ao rebanho um alimento de melhor valor proteico e nutricional, em comparação ao período de seca.
Apesar do cenário positivo, o período chuvoso também aumenta a incidência de doenças e parasitas. A combinação de calor e umidade favorece a proliferação de bactérias, vermes, carrapatos e insetos, o que eleva o risco de problemas como pododermatite, mastite e verminoses.
Áreas enlameadas próximas a cochos e locais de circulação também podem causar desconforto aos animais e reduzir o consumo de suplementos, especialmente quando o produto é exposto à chuva. Além disso, a transição brusca da dieta seca para o pasto verde e tenro pode provocar desequilíbrios digestivos, exigindo ajustes graduais na suplementação para evitar prejuízos à saúde.
Para aproveitar o potencial produtivo da estação, o manejo deve integrar ações preventivas que começam ainda na seca. Entre elas estão evitar o superpastejo e garantir acesso constante à forragem de boa qualidade, além da adoção de uma suplementação estratégica, ajustada aos objetivos de ganho de peso e às carências nutricionais que o pasto, mesmo vigoroso, não supre por completo.
Também é essencial oferecer áreas secas e sombreadas para descanso, usar cochos cobertos para preservar a qualidade dos pastos e manter um protocolo sanitário rigoroso, com vacinação, controle de parasitas internos e externos e atenção contínua à higiene e aos cuidados com cascos.