Inovação

Epamig investe em dietas para bois que reduzem até 30% das emissões de metano

Pesquisa da Epamig busca tornar a bovinocultura mais sustentável com uso de forrageiras e sistemas integrados

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) anunciou, nesta quinta-feira (29), o investimento em dietas para bois com objetivo de reduzir em até 30% das emissões de metano.
Foto: Epamig/Divulgação

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) anunciou, nesta quinta-feira (29), o investimento em dietas para bois com objetivo de reduzir em até 30% das emissões de metano. Os estudos ocorrem em Uberaba, no Triângulo Mineiro, com liderança de Edilane Silva, coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Bovinocultura.

“Buscamos atuar na fermentação entérica, processo digestivo natural dos ruminantes. O objetivo é aumentar a digestibilidade da dieta, reduzindo o tempo do alimento no rúmen, o que eleva a eficiência produtiva e diminui a liberação de metano”, explica Edilane.

Entre os ingredientes estudados está o amendoim forrageiro (Arachis pintoi), rico em proteínas e taninos que inibem bactérias metanogênicas. De acordo com o pesquisador Ângelo Moreira, os resultados já indicam uma redução de até 30% nas emissões de metano.

A medição é feita com a técnica do hexafluoreto de enxofre (SF6), que permite capturar os gases emitidos por meio de uma canga acoplada ao pescoço dos animais.

Em 2023, o setor pecuário de bovinos bateu o quarto recorde consecutivo de emissões de gases de efeito estufa (GEEs), com aumento de 2,2%, de acordo com dados do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa). O metano entérico, emitido durante a digestão dos ruminantes, é um dos principais vilões nesse cenário.

Além da nutrição, a Epamig também investe em sistemas integrados como o ILPF (integração lavoura-pecuária-floresta), que sequestram carbono e melhoram o uso dos recursos naturais. O projeto contribui com a meta do Plano Estadual de Ação Climática (Plac), que prevê redução de 36% nas emissões de metano da pecuária até 2030.