O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) lançou um alerta à população rural: a vacinação contra a brucelose em bezerras bovinas e bubalinas de 3 a 8 meses é obrigatória em quase todo o território nacional. A única exceção é o estado de Santa Catarina, que, por apresentar baixa prevalência da doença, está em fase de erradicação.
A brucelose bovina é uma doença infecciosa causada pela Brucella abortus, com impacto direto na produtividade e na saúde pública. “A vacinação é a principal medida de controle, pois evita abortos e reduz a disseminação da doença no rebanho”, explica Janus Pablo Macedo, presidente do Anffa Sindical.
De modo geral, segundo o sindicado, a doença pode causar aborto, nascimento de bezerros fracos, infertilidade em fêmeas e machos, além de orquite e epididimite.
E os problemas não param por aí. Além dos prejuízos econômicos, a brucelose é uma zoonose. Ou seja, pode ser transmitida aos seres humanos, principalmente pela ingestão de leite cru e seus derivados contaminados.
Trabalhadores do campo e profissionais da saúde animal também estão em risco, como tratadores, veterinários e auditores fiscais. “A brucelose também tem caráter ocupacional. Por isso, a segurança dos profissionais que atuam diretamente com os animais deve ser garantida”, alerta Macedo.
Atualmente, a imunização contra a brucelose é a única obrigatória para bovinos e bubalinos no Brasil, após a suspensão da vacinação contra a febre aftosa, uma vez que o país foi reconhecido como zona livre da doença sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
No caso da brucelose, a vacina B19 é indicada para bezerras bovinas e bubalinas entre 3 e 8 meses de idade. Já a RB51 pode ser utilizada em bovinas fora dessa faixa etária que não tenham sido vacinadas anteriormente, ou como dose de reforço em fêmeas adultas.
É proibido vacinar machos e, por segurança, a aplicação só pode ser feita por veterinários ou vacinadores autorizados, já que ambas as vacinas são patogênicas para humanos.
A legislação exige que os produtores comprovem a vacinação semestralmente ao Serviço Veterinário Estadual. E mais: ao adquirir novos animais, é fundamental exigir exames negativos para brucelose, a principal porta de entrada da doença nas propriedades.