Gado de corte: as melhores raças para pequenos produtores

A escolha da raça bovina é um dos fatores mais importantes para o sucesso da pecuária em pequenas propriedades. Seja na produção de leite ou carne, iniciar a criação de gado de corte pode ser promissor, mas exige planejamento estratégico para garantir eficiência e rentabilidade.

No Brasil, onde as condições climáticas variam bastante entre as regiões, selecionar a raça certa pode fazer a diferença na produtividade. Algumas raças se destacam pela resistência ao clima, enquanto outras oferecem melhor qualidade de carne ou crescimento acelerado.

Neste artigo, o Broto apresenta as melhores raças de gado de corte para pequenos produtores, destacando suas características, vantagens e adaptação ao clima brasileiro.

Como escolher a raça de gado ideal para sua propriedade

A decisão sobre qual raça criar deve considerar fatores como clima, disponibilidade de pastagem, sistema de produção e objetivos do pecuarista. Confira qual raça de gado se destaca em cada quesito:

• Regiões quentes e pastagens extensivas: raças zebuínas, como Nelore, Brahman e Tabapuã, são mais resistentes ao calor e apresentam alta adaptabilidade; 
• Produção de carne premium: raças taurinas, como Angus e Hereford, são ideais para quem busca carne de alto marmoreio, especialmente em sistemas semi-intensivos e intensivos;
• Cruzamento industrial: a combinação de raças zebuínas e taurinas pode resultar em animais com melhor ganho de peso, precocidade e qualidade da carne.

Além da escolha da raça, investir em genética de qualidade e reprodutores certificados é essencial para garantir bons resultados na produção.

Principais raças de gado para produção de carne

Mais do que atender às condições da propriedade, a escolha da raça de gado também precisa considerar o mercado atendido. Com o aumento da procura por cortes premium e certificações de qualidade, compreender o perfil produtivo de cada raça é essencial para alinhar produção e comercialização, assim como público-alvo consumidor. 

Nesta seção, destacamos as raças de corte mais utilizadas no Brasil e como elas respondem às exigências do campo e do mercado, te ajudando a tomar decisões mais estratégicas e rentáveis.

Nelore: resistência e eficiência na criação extensiva

O Nelore representa cerca de 80% do rebanho nacional, sendo a raça mais criada no Brasil. Sua popularidade se deve à alta adaptação ao clima tropical e ao excelente desempenho produtivo em pastagens extensivas.

Originário da Índia, o Nelore chegou ao Brasil no século XIX e passou por seleções genéticas para aprimorar características como precocidade, ganho de peso e resistência. Atualmente, é essencial para a pecuária de corte, garantindo alta produtividade e excelente conversão alimentar.

Entre os diferenciais do Nelore estão:

• Resistência ao calor: devido à sua maior superfície corporal e pelagem clara, dissipa melhor o calor e absorve menos radiação solar.
• Rusticidade e fertilidade: altos índices reprodutivos e baixa mortalidade tornam o Nelore ideal para pecuária extensiva.
• Carne saborosa e de boa conversão alimentar: apesar do menor marmoreio em relação ao Angus, seleções genéticas vêm aprimorando a qualidade da carne Nelore.

A criação de Nelore predomina no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, regiões onde o clima quente favorece o seu desenvolvimento. Além disso, o cruzamento com raças europeias tem sido uma estratégia eficaz para aprimorar a maciez da carne e aumentar o valor comercial dos animais.

Angus: carne premium e valorização no mercado

A raça Aberdeen Angus, originária da Escócia, é uma das mais valorizadas mundialmente pela alta qualidade da carne. No Brasil, tornou-se uma opção atrativa tanto para o mercado interno quanto para exportação, devido ao marmoreio intenso, que garante maciez e suculência incomparáveis.

Os principais atributos do Angus incluem:

• Carne de alto padrão: sabor marcante, textura macia, marmoreio superior e bons retornos financeiros;
• Rápido ganho de peso: bezerros atingem o peso de abate mais cedo, reduzindo custos;
• Facilidade de cruzamento industrial: quando combinado com Nelore, resulta em animais mais precoces e produtivos;
• Alta eficiência alimentar: bom aproveitamento da alimentação, seja a pasto ou em confinamento.

A criação de Angus é mais comum no Sul e Sudeste, onde o clima ameno favorece sua adaptação. Estados como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo se destacam na produção da raça, impulsionados pelo selo Carne Angus Certificada, que garante cortes premium para o mercado consumidor.

Brahman: resistência e alta rentabilidade

O Brahman tem origem nos Estados Unidos, mas suas raízes remontam às linhagens zebuínas da Índia. Desenvolvida a partir do cruzamento de diferentes raças, essa variedade combina resistência, rusticidade e excelente rendimento produtivo.

Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a raça foi introduzida no Brasil nos anos 1990 e se adaptou rapidamente às condições tropicais. Seu destaque na pecuária de corte se deve a fatores como:

• Alta resistência ao calor e umidade: o pelo curto e claro reflete os raios solares, ajudando na termorregulação e reduzindo o impacto dos insetos;
• Habilidade materna e longevidade produtiva: fêmeas têm partos facilitados, bezerros saudáveis e longa vida reprodutiva;
• Eficiência alimentar e bom rendimento de carcaça: crescimento acelerado e ótima conversão alimentar, reduzindo custos de produção;
• Tolerância a parasitas e doenças: menos necessidade de tratamentos veterinários, garantindo um rebanho mais saudável e lucrativo.

Devido a essas características, o Brahman é amplamente utilizado tanto na criação pura quanto no cruzamento industrial, contribuindo para a melhoria genética de outros rebanhos e a produção de bovinos com maior desempenho.

Fatores que influenciam a produtividade na pecuária de corte

Para pequenos produtores que desejam maximizar a eficiência da criação de bovinos, alguns fatores são determinantes:

1. Suplementação nutricional: uma alimentação equilibrada, com oferta adequada de proteínas, minerais e energia, melhora o ganho de peso, oferece uma nutrição animal completa e melhora a qualidade da carne.

2. Manejo de pastagens: técnicas como rotação de pastagens e adubação do solo garantem uma forragem de qualidade o ano todo, reduzindo a necessidade de suplementação.

3. Genética de qualidade: seleção de reprodutores e matrizes de alto potencial produtivo contribui para melhor conversão alimentar, precocidade e rendimento de carcaça.

4. Gestão eficiente: o controle de custos, planejamento reprodutivo e monitoramento de desempenho são essenciais para garantir lucro e sustentabilidade na pecuária.

5. Bem-estar animal: ambientes adequados, manejo sem estresse e cuidados sanitários rigorosos influenciam diretamente na saúde dos animais e na qualidade final da carne.

A aplicação correta desses fatores pode aumentar a produtividade e a rentabilidade da pecuária de corte, tornando-a mais competitiva no mercado.

Qual a melhor raça de gado para o seu negócio?

Para pequenos produtores, a escolha da raça de gado influencia diretamente a eficiência e os lucros da propriedade. Nelore, Angus e Brahman se destacam no Brasil, cada um com suas características específicas, o que permite que o pecuarista escolha a opção mais adequada ao seu sistema de criação.

Além da genética, fatores como alimentação, manejo nutricional e gestão eficiente fazem toda a diferença na rentabilidade da pecuária de corte. Otimize esses fatores e obtenha melhores resultados! 

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