
A Embrapa Pecuária Sudeste lançou três novos protocolos de boas práticas de baixo carbono na produção de leite, com foco na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e no aumento do sequestro de carbono no solo.
As diretrizes foram reunidas em um livro gratuito, disponível online, e trazem soluções práticas para pecuaristas que desejam alinhar produtividade com sustentabilidade.
1. Redução das emissões de metano na produção de leite
O primeiro protocolo propõe estratégias como:
- Seleção genética de animais superiores;
- Dietas otimizadas com aditivos;
- Manejo de pastagens;
- Sanidade e bem-estar animal.
Essas ações reduzem o metano entérico emitido pelos bovinos e aumentam a eficiência da produção por litro de leite.
2. Diminuição de óxido nitroso e amônia no solo
Voltado ao manejo do solo e fertilizantes, este protocolo recomenda:
- Uso de leguminosas consorciadas com gramíneas para fixação biológica de nitrogênio;
- Fertilizantes de eficiência aumentada;
- Parcelamento e incorporação da ureia;
- Rotação de pastagens e distribuição uniforme de dejetos.
Essas práticas reduzem perdas de insumos, aumentam a eficiência agronômica e mitigam impactos climáticos.
3. Sequestro de carbono com manejo conservacionista do solo
A terceira diretriz é voltada ao aumento do estoque de carbono no solo, com práticas como:
- Plantio direto;
- Adubação verde;
- Sistemas integrados (lavoura-pecuária-floresta);
- Recuperação de pastagens degradadas.
Segundo a Embrapa, pastagens bem manejadas podem acumular até 1 metro de carbono em profundidade. Sistemas com árvores também ajudam a compensar emissões dos animais.
Cadeia leiteira mais sustentável e resiliente
Com base nas estimativas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a pecuária responde por 30,5% das emissões de GEE no Brasil, sendo 19% de metano, principalmente de bovinos.
A publicação da Embrapa é um passo estratégico para ajudar o país a atingir metas ambientais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 13).
“A adoção de tecnologias adequadas para cada tipo de sistema é crucial para desenvolver uma pecuária mais resiliente, sustentável e responsável”, destaca Alexandre Berndt, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste.