Conheça os diferentes tipos de ordenha, suas vantagens, custos e como escolher o método ideal para seu rebanho
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Resumo da notícia

  • A ordenha manual é ideal para propriedades com até 5 vacas; ela tem baixo custo, mas exige mais mão de obra e higiene rigorosa.
  • Os diferentes tipos de ordenhadeiras mecânicas aumentam a produtividade e são indicados para médios produtores, que possuem de 5 a 100 vacas.
  • Sistemas automatizados de ordenha, recomendados para propriedades com mais de 100 vacas, oferecem alta eficiência, mas têm custo elevado e exigem infraestrutura moderna.
  • A escolha do tipo de ordenha depende do tamanho do rebanho, do orçamento do produtor e dos objetivos de produção.
  • Independentemente do tipo escolhido, boas práticas de higiene e rotina garantem leite de qualidade e reduzem riscos como mastite.

A ordenha é uma das etapas mais importantes da produção leiteira, impactando diretamente a qualidade do leite, o bem-estar animal e a rentabilidade da propriedade. Com o avanço da tecnologia no campo, os produtores têm hoje diferentes tipos de ordenha à disposição: desde o tradicional método manual até sistemas totalmente automatizados.

Segundo dados da Embrapa Gado de Leite e do último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 80% das propriedades leiteiras no Brasil ainda utilizam ordenha manual, especialmente nas regiões Norte e Nordeste e em partes do Centro-Oeste

No caso da ordenha mecânica simples, principalmente com ordenhadeiras balde ao pé ou sistemas canalizados em barra, aproximadamente 18% das propriedades utilizam o método. Por sua vez, menos de 2% das propriedades utilizam sistemas automatizados ou robotizados, concentrados em grandes propriedades tecnificadas, principalmente no Sul e Sudeste

Neste artigo, você vai entender as diferenças entre os métodos de ordenha, quando cada um é indicado e quais fatores considerar na hora de escolher o sistema mais adequado para sua produção. Tudo isso com foco em eficiência, sanidade e retorno econômico.

Ordenha manual: quando é indicada e vantagens

A ordenha manual é o método mais antigo e ainda muito utilizado em pequenas propriedades, especialmente quando o número de vacas é reduzido e não há acesso à energia elétrica ou a tecnologias mais avançadas.

Vantagens da ordenha manual:

  • Baixo custo inicial: não requer investimentos em equipamentos;
  • Flexibilidade: pode ser feita em qualquer lugar, com poucos recursos;
  • Controle direto: o produtor observa de perto o animal e a qualidade do leite.

No entanto, exige mão de obra constante e técnica adequada para garantir a sanidade do leite e evitar problemas como mastite. A higiene das mãos, utensílios e do úbere é essencial nesse processo.

Indicação: ideal para propriedades com até 5 vacas leiteiras ou em regiões com limitações tecnológicas.

Ordenha mecânica: tipos de ordenhadeiras

A ordenha mecânica surgiu como uma solução para aumentar a produtividade, melhorar a higiene do leite e reduzir o esforço físico dos ordenhadores. Hoje, há diversos modelos disponíveis no mercado, desde os mais simples até os mais tecnológicos.

Ordenhadeira individual (balde e unidade)

Esse sistema utiliza uma bomba de vácuo conectada a uma unidade de ordenha (conjunto de teteiras) e um balde ou latão coletor. É bastante comum em pequenas e médias propriedades.

Vantagens:

  • Redução do tempo de ordenha;
  • Melhora na qualidade do leite;
  • Equipamento relativamente acessível.

Desvantagens:

  • Demanda limpeza rigorosa após cada uso;
  • Necessita energia elétrica.

Indicação: ideal para produtores com 5 a 20 vacas, buscando aumento de produtividade com custo acessível.

Ordenhadeira em barra ou sala de ordenha

Nesse modelo, os animais são posicionados em uma estrutura fixa (barra ou sala de ordenha), onde as unidades de ordenha são conectadas às vacas. O leite é transferido por tubos até o tanque de resfriamento.

Vantagens:

  • Ordenha mais rápida e organizada;
  • Menor risco de contaminação do leite;
  • Melhor ergonomia para o operador.

Desvantagens:

  • Maior investimento inicial;
  • Exige treinamento da equipe.

Indicação: indicada para médios produtores com rebanhos entre 20 e 100 vacas.

Sistemas automáticos (robotizados)

Também chamados de ordenha robotizada, esses sistemas realizam todo o processo sem intervenção humana direta. O robô identifica o animal, faz a limpeza do úbere, realiza a ordenha e coleta dados em tempo real.

Vantagens:

  • Máxima eficiência e controle de qualidade;
  • Redução de mão de obra;
  • Monitoramento da saúde do animal.

Desvantagens:

  • Alto custo de aquisição e manutenção;
  • Necessidade de infraestrutura moderna.

Indicação: voltado a propriedades com mais de 100 vacas e foco em alta produtividade e precisão.

Critérios para escolher o método ideal

A escolha do sistema de ordenha ideal depende de diversos fatores. Antes de decidir, o produtor deve considerar:

  • Tamanho do rebanho: propriedades menores podem se beneficiar da ordenha manual ou por balde;
  • Disponibilidade de mão de obra: escassez de trabalhadores pode justificar o investimento em sistemas mecânicos ou automáticos;
  • Infraestrutura da fazenda: acesso à energia elétrica e água são essenciais para sistemas mecanizados;
  • Orçamento disponível: investir em equipamentos é positivo, mas deve ser viável e trazer retorno;
  • Objetivos de produção: se o foco é aumentar a escala e a qualidade, a mecanização se torna mais necessária.

Consultar um técnico ou zootecnista ajuda a tomar a melhor decisão para cada realidade.

Boas práticas de ordenha (sanidade e eficiência)

Independentemente do tipo de ordenha escolhido, seguir boas práticas é fundamental para garantir um leite de qualidade e a saúde dos animais:

  • Higiene rigorosa: limpar bem o úbere, as mãos e os equipamentos;
  • Ambiente limpo e tranquilo: vacas estressadas produzem menos leite;
  • Ordenha completa: evitar deixar leite no úbere, o que pode causar mastite;
  • Rotina regular: manter horários fixos melhora a produção;
  • Manutenção dos equipamentos: equipamentos mal higienizados ou com falhas podem comprometer o leite.

Essas práticas aumentam a eficiência do processo e reduzem perdas, além de contribuírem para um produto final mais valorizado.

Escolher o tipo de ordenha certo é uma decisão estratégica para o sucesso da atividade leiteira. Avaliar as necessidades da propriedade, o perfil do rebanho, a disponibilidade de recursos e o objetivo de produção é o primeiro passo para garantir mais eficiência, sanidade e rentabilidade no dia a dia.

Com planejamento e orientação técnica, qualquer produtor – seja pequeno, médio ou grande – pode transformar a ordenha em um diferencial competitivo no campo. No Broto, você encontra ordenhadeiras manuais, mecânicas e automatizadas para todos os perfis de produção, com condições especiais.