O desempenho reprodutivo das fêmeas suínas depende de um equilíbrio entre genética, nutrição e manejo. Em sistemas intensivos, decisões como o momento da primeira cobertura, a definição da curva nutricional na gestação e o controle da condição corporal na lactação se tornam determinantes para a produtividade e a longevidade das matrizes.
Dados da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) mostram que, entre 2015 e 2023, o número de suínos abatidos no país cresceu 46%, passando de 39,2 milhões para 57,1 milhões de cabeças.
No mesmo período, o plantel de matrizes aumentou 23%, chegando a 2,1 milhões de animais. O avanço no número de suínos terminados por ciclo produtivo — de 9,51 para 11,29 — evidencia um sistema mais exigente, no qual decisões técnicas são cada vez mais relevantes.
O crescimento do tamanho das leitegadas, por exemplo, intensifica a pressão sobre as matrizes, que precisam sustentar maior demanda metabólica e de produção de leite. “Sem ajustes no manejo e na nutrição, há risco de comprometer tanto a qualidade dos leitões quanto a longevidade das fêmeas suínas”, afirma o especialista Global em Nutrição da Topigs Norsvin, Rodrigo Lima.
A nutrição de precisão tem se mostrado uma alternativa promissora. Estudos recentes apontam que ajustar o fornecimento de nutrientes às necessidades fisiológicas das fêmeas suínas pode elevar em quase 10% o peso da leitegada ao desmame em comparação a métodos tradicionais. “O objetivo é maximizar desempenho com uso racional de recursos, garantindo também sustentabilidade”, acrescenta Lima.
Especialistas destacam que o futuro da suinocultura dependerá de um manejo integrado, que combine genética, nutrição ajustada, bem-estar animal e monitoramento constante para sustentar a produtividade em um cenário cada vez mais competitivo.