O estado do Mato Grosso será oficialmente reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação, o mais alto status sanitário concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A entrega do certificado ocorrerá em 29 de maio, durante a 92ª Assembleia Mundial da entidade, em Paris, com delegações de mais de 180 países.
O reconhecimento encerra uma trajetória iniciada na década de 1970, quando a doença representava uma ameaça constante ao rebanho estadual. O último foco ocorreu em 1996, e, desde então, Mato Grosso consolidou campanhas de vacinação e investiu em vigilância sanitária. Em 2001, recebeu o status de livre com vacinação. Hoje, Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do país, com cerca de 33 milhões de cabeças, de acordo com o Indea-MT.
Lideranças mato-grossenses em Paris
A conquista será celebrada em Paris, na França, por uma comitiva liderada pelo vice-governador Otaviano Pivetta e composta por representantes do governo, produtores e entidades do setor. Para o governador Mauro Mendes, a certificação “mostra que o produtor de Mato Grosso é extremamente competitivo” e reforça o papel do estado no cenário global.
Segundo o gerente executivo do Fundo Emergencial de Sanidade Animal (FESA), Juliano Latorraca Ponce, o novo status permitirá acessar mercados mais exigentes, valorizando ainda mais o rebanho e os produtos bovinos.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, destacou a possibilidade de abertura de mercados como Japão e Coreia do Sul, o que tem potencial para ampliar as exportações e melhorar a renda dos produtores. Em 2023, as exportações de carne bovina do Mato Grosso somaram US$ 2,1 bilhões
A presidente do Indea, Emanuele Almeida, comemorou a certificação de todo o território estadual, antes restrita a alguns municípios, mas não deixou de alertar para a necessidade de manter uma vigilância rigorosa, uma vez que agora a vacinação será suspensa.