A nova sede da Embrapa Alimentos e Territórios, em Maceió (AL), está com 85% das obras concluídas e deve ser entregue em dezembro de 2025, marcando um novo capítulo para a pesquisa agropecuária no Nordeste.
O projeto conta com apoio do Governo de Alagoas, que doou o terreno e investiu R$ 3,4 milhões, além de R$ 28,2 milhões em emendas parlamentares e R$ 69 milhões do Governo Federal.
Localizada no Distrito de Saúde, onde funcionou a antiga Companhia de Fiação e Tecidos Norte Alagoas, a sede ocupa uma área de 8,5 mil metros quadrados e vai abrigar laboratórios de ponta voltados à inovação alimentar, sustentabilidade e valorização da agricultura familiar.
Inovação para produtores alagoanos
Durante sobrevoo na área das obras, o governador Paulo Dantas destacou a importância da nova unidade da Embrapa para o desenvolvimento rural de Alagoas.
“Agora teremos um centro moderno, com 150 servidores e 50 pesquisadores, que vai gerar conhecimento e oportunidades para o setor agropecuário alagoano”, afirmou o governador.
Para Dantas, o centro chega em um momento de crescimento econômico e geração de empregos no estado. “O Centro vem quando Alagoas vive o seu melhor momento na geração de oportunidades e no menor índice de desemprego da história”, celebrou o governador, agradecendo ao presidente Lula e ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pelo apoio ao projeto.
Pesquisas em agricultura e consumo consciente
O chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios, João Flávio Veloso, afirmou que o novo centro vai adotar uma abordagem diferenciada de pesquisa, integrando agricultura, turismo e sustentabilidade.
“Alagoas era um dos poucos estados sem sede própria da Embrapa. Agora teremos um centro com enorme potencial de agregar valor aos produtos agropecuários e de fortalecer o turismo rural”, destacou. Segundo Veloso, o objetivo é valorizar os alimentos brasileiros, estimulando o consumo consciente e a produção sustentável.
Atualmente, 180 trabalhadores atuam nas obras — 80 deles moradores das comunidades vizinhas, como Saúde, Pescaria, Riacho Doce e Ipioca. De acordo com o engenheiro fiscal da Embrapa, Alessandro Kramen, o projeto também tem forte impacto social.
“Tivemos essa preocupação de gerar renda local. E, após a conclusão, o centro deve empregar cerca de 120 pessoas entre servidores, bolsistas e colaboradores”, disse o engenheiro. O complexo preserva parte das estruturas históricas da antiga fábrica de tecelagem, combinando arquitetura moderna e memória regional.
O novo Centro de Pesquisa da Embrapa vai contar com dois grandes complexos de laboratórios:
- Tecnologia e Inovação Alimentar em Gastronomia;
- Etnoconhecimento e Conservação Dinâmica da Sociobiodiversidade,
além de laboratórios compartilhados no modelo hub de inovação.
O espaço também será voltado à capacitação de produtores rurais, técnicos e agentes das cadeias agroalimentares e do turismo rural, fortalecendo o desenvolvimento territorial sustentável. Entre os temas prioritários das pesquisas estão:
- segurança alimentar e nutricional,
- inovação social no campo,
- sustentabilidade e biodiversidade brasileira,
- valorização da cultura alimentar regional.
A expectativa é que a inauguração, prevista para dezembro de 2025, consolide o estado como referência em pesquisa agroalimentar e desenvolvimento rural sustentável.