Clima

Ondas de calor e estiagem interferem na atividade leiteira gaúcha

Produção de leite pode diminuir devido à exposição dos animais a estresses térmicos causados pelas ondas de calor 

Estudo indica que ondas de calor e a estiagem que ocorreram no último verão impactaram de forma significativa a produção leiteira no Rio Grande do Sul
Foto: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

Publicado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Sepi), o comunicado agrometeorológico indicou que as ondas de calor e a estiagem que ocorreram no último verão impactaram de forma significativa a produção leiteira no Rio Grande do Sul.

O baixo desempenho das vacas, o aumento dos custos produtivos e a maior vulnerabilidade a doenças foram causados pelo maior nível calórico térmico, falta de chuvas e pior qualidade da água. 

Segundo a agrometeorologista e autora do documento, Ivonete Tazzo, o comunicado utilizou o Índice de Temperatura e Umidade (ITU) e identificou faixas de conforto e desconforto térmico aos quais os animais foram expostos, que tiveram efeitos na produção de leite.

 “Além disso, apresenta (o documento) mapas com a espacialização dos valores médio e máximo do índice no Estado e dos valores estimados da queda de produção de leite diária das vacas em oito níveis, que vão de cinco a 40 quilos”, completou. 

Em dezembro de 2024 e nos dois primeiros meses deste ano, os registros de temperatura mínima e máxima absoluta do ar registraram situações de estresse térmico calórico para as vacas-leiteiras, afetando a produção.

Janeiro e fevereiro de 2025 apresentaram somente 42,6% e 28,3% de horas que proporcionaram conforto térmico, respectivamente. Enquanto isso, no segundo mês do ano, as ondas de calor registraram máximas acima dos 35°C e chuvas irregulares com baixo volume hídrico. 

Adriana Tarouco, outra autora da publicação, acrescentou que, nos três meses, a média das horas avaliadas indica 41% de estresse térmico para os animais. 

Ambas as autoras alertaram para a exposição das vacas a esse tipo de clima, pois a estimativa das produções ficou entre 24,5% e 28%.