O Pará deu um passo histórico em direção a uma pecuária mais moderna, transparente e sustentável. Em agosto, o estado registrou o primeiro abate de bovinos rastreados individualmente pelo Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA).
O lote de 20 animais saiu de uma fazenda em Marabá e foi abatido sob inspeção federal no frigorífico JBS/Friboi, marcando o início de uma nova fase para a carne produzida no estado.
Como funciona a rastreabilidade bovina no Pará
O SRBIPA foi lançado em 2023, durante a COP28, em Dubai, como parte do Programa de Pecuária Sustentável.
O sistema adota a chamada “brincagem”, que identifica cada animal com dois brincos, um visual (amarelo), e o outro eletrônico (azul), equipado com tecnologia RFID.
Na prática, cada bovino passa a ter um “CPF animal”, que permite acompanhar sua trajetória do nascimento ao abate. Produtores com até 100 animais recebem os brincos gratuitamente, e a Adepará apoia a implementação em regiões estratégicas como Altamira, Xinguara, Eldorado dos Carajás e Tucuruí.
Benefícios para o produtor e para a pecuária
A rastreabilidade individual garante vantagens competitivas e mais segurança sanitária, entre elas:
- Controle mais ágil de doenças, fortalecendo a defesa pecuária;
- Carne valorizada em mercados que exigem comprovação de origem;
- Mais transparência e confiança em toda a cadeia produtiva;
- Integração tecnológica entre a Guia de Trânsito Animal (GTA) e os frigoríficos, via SIGEAGRO 2.0.
No abate, leitores eletrônicos confirmam a identificação final e garantem que o histórico de cada animal seja preservado até a etapa de comercialização.
Segundo a Adepará, a meta é identificar todos os bovinos e bubalinos em trânsito a partir de 2026 e alcançar a totalidade do rebanho estadual em 2027.
Com isso, o Pará consolida sua posição como referência em pecuária sustentável, alinhada às demandas de exportação de carne rastreada e às metas de segurança alimentar e climática globais.