O escritório da Emater em Altamira, município do estado do Pará, incentiva a pecuária sustentável na cidade com programas de apoio a produtores de leite adotarem modelos que minimizem impactos ecossistêmicos da atividade.
Atualmente, a entidade atende de forma direta 80 pecuaristas que produzem leite em Altamira. A média de criação é de 50 a 100 animais, em geral, da raça girolando, dentro de propriedades que possuem em torno de 30 a 100 hectares.
Entre as atividades praticadas pela Emater para reduzir os impactos na produção envolvem a suplementação nutricional do gado, melhoramento genético e manejo do rebanho, junto da adequação sanitária e a utilização de tecnologias para monitoramento.
“Indicamos, por exemplo, o BRS Capiaçu, uma cultivar do capim-elefante [Cenchrus purpureus] desenvolvida pela Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária]. Ainda, existem práticas com sal mineralizado, farelo de milho e farelo de soja”, disse Carlos Waldir dos Santos, veterinário do escritório local da Emater em Altamira, especialista em Produção e Reprodução de Bovinos.
A suplementação pode ser feita através de capim e milho plantados nas próprias propriedades. Com silagem, os recursos são fermentados anaeróbicamente e armazenados, com foco em ser um reforço principalmente durante os períodos de estiagem, em que a disposição de pastagem é menor.
“A suplementação volumosa ou de alimentos concentrados é um excelente procedimento para suporte nas épocas de seca. Pela nossa observação, nos últimos anos o período de estiagem na Amazônia tem se intensificado, o que acarreta menos disponibilidade de pastagem e até falta de água de qualidade para os animais”, explica o veterinário da Emater.