O Tocantins, que produziu 18,1 mil toneladas de pescados em 2024, vem se consolidando como polo estratégico da aquicultura nacional, especialmente na criação de espécies nativas como o tambaqui. Para discutir os avanços e perspectivas do setor, a Embrapa promoveu, em parceria com instituições e empresas do segmento, um dia de campo voltado à piscicultura.
O objetivo foi apresentar resultados de pesquisas sobre o desempenho zootécnico e econômico de duas espécies: o tambaqui (Colossoma macropomum) e o tambatinga, híbrido de tambaqui com pirapitinga. O estudo, iniciado em março deste ano, avaliou fases de recria e engorda, rendimento de carcaça, qualidade da carne, aptidão reprodutiva e resistência sanitária — fatores considerados essenciais para a sustentabilidade e competitividade da produção.
Entre os resultados, pesquisadores constataram que o tambaqui apresentou crescimento mais rápido até o peso de 1,5 kg, encurtando o tempo para o abate e permitindo maior número de ciclos anuais, embora com maior consumo de ração. Já o tambatinga se mostrou mais eficiente no aproveitamento alimentar, consumindo menos ração para o mesmo ganho de peso, o que pode reduzir custos de produção.
“É importante ressaltar que a escolha entre as espécies deve considerar a demanda de mercado regional em que o produtor está inserido”, destacou Luciana Shiotsuki, pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura.
Segundo os organizadores, a iniciativa reforça o papel do Tocantins como referência em inovação aquícola e evidencia que a valorização de espécies nativas pode aliar preservação ambiental, geração de renda e oportunidades para toda a cadeia produtiva.