Após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial na semana passada, os setores de carnes e de grãos seguem mais cautelosos e atentos aos desdobramentos, aponta nova análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Segundo o Cepea, mesmo com o alerta sanitário, o mercado interno de carne de frango não sofreu desajustes significativos na oferta. Entre os dias 15 e 20 de maio, o frango resfriado no atacado da Grande São Paulo registrou desvalorização de 1%, movimento considerado típico para o período, em função da retração sazonal da demanda.
No segmento de suínos, manteve-se o ritmo moderado de queda que já vinha sendo observado desde a semana anterior. A carcaça especial suína apresentou recuo de 0,5% no mesmo intervalo.
Por outro lado, o mercado de carne bovina foi o que mais sentiu pressão. As cotações da carcaça casada bovina recuaram expressivamente, com queda de 3,7% no atacado da Grande São Paulo. Segundo pesquisadores do Cepea, os preços do boi para abate e da carne já vinham em baixa, mas as desvalorizações se intensificaram após a confirmação do foco de gripe aviária.
Os atacadistas relatam que as vendas de carne bovina estão fracas neste início da segunda quinzena do mês de maio. Além disso, a desvalorização dos cortes e a pressão exercida pelos frigoríficos nas negociações de novos lotes também indicam que o mercado pecuário está refletindo de forma mais intensa o impacto da possibilidade de aumento da oferta interna de carne de frango.