
Desde o início de março, os preços do boi gordo têm operado dentro de um intervalo estreito. Em São Paulo, a arroba registrou médias entre R$ 309,20 e R$ 312,95. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o mercado tem sido marcado pela cautela dos compradores, que vêm concedendo pequenos reajustes, atentos à estabilidade dos preços da carne no atacado. Muitos frigoríficos operam com escalas de abate entre 5 e 7 dias.
Por outro lado, os pecuaristas demonstram resistência em aceitar preços mais baixos, mantendo a oferta restrita e pressionando por cotações mais elevadas. No cenário externo, as exportações brasileiras de carne bovina seguem aquecidas.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que, até a terceira semana de março, a média diária de embarques superava em 51% o volume de março de 2024. Em termos de receita, os preços em Reais estavam 24% superiores ao mesmo período do ano anterior.
Mercado de suínos
Já o mercado de suínos enfrenta um cenário oposto. Os preços do suíno vivo e da carne acumulam três semanas consecutivas de quedas em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Essa tendência decorre da baixa liquidez das vendas no atacado e de uma oferta de animais que supera a demanda atual dos frigoríficos.
Com o enfraquecimento da procura doméstica, especialmente com a aproximação do fim do mês, a indústria tem sido forçada a reduzir os preços para estimular as vendas e evitar acúmulo de estoque. Esse movimento reflete um momento de maior desafio para o segmento de proteína suína no mercado interno.