O Laticínio Família Rossato, localizado em São Paulo, tornou-se a primeira propriedade do país a analisar o DNA de todo o rebanho de búfalas para identificar animais com maior potencial de produção de muçarela. A iniciativa utiliza uma metodologia do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que detecta a variante da kappa-caseína, gene associado ao aumento do rendimento do leite na fabricação de queijos
Foto: Instituto de Zootecnia de São Paulo

O Laticínio Família Rossato, localizado em São Paulo, tornou-se a primeira propriedade do país a realizar a análise genética de todo o rebanho de búfalas para identificar animais com maior potencial de produção de muçarela.

A iniciativa utiliza uma metodologia do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que detecta a variante da kappa-caseína, gene associado ao aumento do rendimento do leite na fabricação de queijos.

Seleção genética e ganhos para a produção

Caio Rossato, produtor do Laticínio Família Rossato, explica que o rebanho atual é composto por 150 animais e que o objetivo é genotipar todos eles para ampliar a seleção de búfalas com o genótipo BB, associado a leite com características superiores para a produção de muçarela. Ele afirma que a expectativa é selecionar animais com essas características para, em um futuro próximo, aumentar o rendimento e a qualidade dos queijos.

Atualmente, com 60 búfalas em lactação, a propriedade produz cerca de 550 litros de leite por dia, o que totaliza 16 mil litros por mês e resulta em aproximadamente 4 mil quilos de queijo mensalmente.

O produtor acredita que o trabalho poderá ser replicado em outras propriedades com base em genética comprovada de genes importantes para a produção de derivados lácteos. Ele destaca que já possuem dois touros selecionados em coleta na Central de Sêmen de Búfalos Novagen para comercialização de sêmen e embriões.

Segundo o pesquisador Aníbal Vercesi Filho, diretor da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento em Genética e Biotecnologia do IZ, a metodologia desenvolvida deve contribuir diretamente para o melhoramento genético de bubalinos.

Com o início do Programa de Avaliação Genética em Búfalos, desenvolvido pela ABCB, a Associação identificou a necessidade de investigar genes que possam impactar a qualidade e o rendimento na produção de queijos. Aníbal explica que foram analisados 600 bubalinos de criadores associados da ABCB, o que permitiu desenvolver e padronizar a metodologia para genotipar o gene CSN3 da kappa-caseína. Ele ressalta que animais que possuem o alelo B do gene tendem a apresentar maior rendimento de queijo.