
Buscando reforçar a segurança sanitária e a sustentabilidade da suinocultura ao ar livre, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) publicou nesta semana a Portaria nº 205/2025. A nova regulamentação estabelece normas de biosseguridade específicas para estabelecimentos de porte mínimo e micro que produzem suínos para fins comerciais, como os criatórios tradicionais de raças crioulas e os sistemas agroecológicos.
A medida é considerada inédita no Brasil e foi construída com apoio técnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Entre as exigências da portaria estão a instalação de cercas de isolamento, estrutura adequada para manejo, controle de pragas, garantia da qualidade da água, além de padrões mínimos de higiene e organização dos registros da produção.
A iniciativa busca oferecer mais segurança sanitária ao setor e abrir portas para que esses criadores acessem mercados mais exigentes e valorizem seus produtos.
A normativa também detalha regras quanto à quantidade de animais permitidos para produção de subsistência (consumo próprio), dimensões dos espaços de criação ao ar livre e os cuidados específicos exigidos nesse tipo de sistema produtivo.
O Paraná é hoje uma referência nacional na criação do porco da raça Moura, considerada nativa do Brasil e valorizada por suas características únicas: carne suculenta, macia e com sabor comparável aos melhores cortes bovinos.
Diferente da suinocultura industrial, os animais criados em sistemas naturais se alimentam de frutas, sementes, tubérculos e vegetais disponíveis na natureza, o que influencia diretamente na qualidade do produto final.
Com a nova normativa, os criadores ganham respaldo técnico e legal para expandir e qualificar essa produção, sem perder suas raízes.