Risco sanitário

Para evitar vaca louca, Tocantins fiscaliza alimentação de bovinos e proíbe cama de aviário

Estado reforça medidas para garantir status sanitário brasileiro e evitar uso irregular de resíduos avícolas

Alimentação de animais
Foto: Keven Lopes/Governo do Tocantins

Nesta semana, o Governo do Tocantins, por meio da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), intensificou a orientação aos produtores rurais sobre os riscos e a proibição do uso da cama de aviário na alimentação de bovinos, búfalos, caprinos e ovinos. A medida procura prevenir doenças graves como a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como mal da vaca louca.

A cama de aviário é um material comumente utilizado como forração nos galpões de frangos de corte, composto por serragem, palha de arroz, casca de amendoim ou outros resíduos vegetais. Com o tempo, esse material acumula fezes, penas e restos de ração, que podem conter proteína animal, como fragmentos de penas, vísceras e sangue contaminados pelo príon, agente infeccioso que causa a doença.

De acordo com a Adapec, o alerta ganha ainda mais importância com a chegada do período de estiagem, quando muitos produtores buscam alternativas para suplementar a alimentação dos animais e podem recorrer, equivocadamente, ao uso da cama de aviário. A prática, além de proibida, representa um risco sanitário grave.

Fiscais da Adapec realizam inspeções constantes nas propriedades rurais tocantinenses, observando os cochos, depósitos de ração e recolhendo amostras para análises laboratoriais. Caso seja identificado o uso do subproduto, o produtor poderá ser penalizado com multa, interdição da propriedade, impedimento na venda dos animais e até a eliminação dos animais que tiveram contato com a cama de aviário.

A medida estadual está alinhada ao status sanitário conquistado pelo Brasil. Desde 2013, o país é classificado como de risco insignificante para a EEB pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

A Adapec reforça que os animais acometidos pela doença apresentam sinais como agressividade, nervosismo, dificuldade de locomoção, perda de peso e queda na produção de leite. A EEB é uma doença fatal, e os sintomas podem evoluir entre duas semanas e seis meses até a morte do animal.