A utilização de bioinsumos na agricultura brasileira cresceu 13% na safra 2024/25, mostra levantamento da CropLife Brasil (CLB), em parceria com a consultoria Blink. A taxa média de crescimento do setor no Brasil nos últimos três anos é de 22% ao ano — quatro vezes maior que a média global. Os dados foram divulgados durante o lançamento do projeto Bioinsumos do Brasil, em Brasília (DF).
Para Amália Borsari, diretora de Bioinsumos da CLB, o bom desempenho do setor reflete os avanços tecnológicos e a crescente busca por práticas agrícolas mais sustentáveis. “A indústria nacional tem oferecido soluções eficazes, e o aumento da demanda tem estimulado ainda mais o mercado”, explica. Já o diretor-presidente da entidade, Eduardo Leão, destaca a combinação de defensivos agrícolas e bioinsumos como fator-chave para maior produtividade e sustentabilidade nas lavouras brasileiras.
Segundo a CLB, a área tratada com bioinsumos chegou a 156 milhões de hectares em 2024/2025. A taxa média de adoção por área plantada subiu de 23% para 26%, com destaque para os bioinseticidas (de 26% para 30%), biofungicidas (de 11% para 13%), bionematicidas (de 23% para 24%), bioinoculantes (de 54% para 56%) e solubilizadores de nutrientes (de 4% para 5%).
A área total tratada com proteção de cultivos (químicos e biológicos) no Brasil cresceu 7% nesta safra, e a participação dos bioinsumos nesse total aumentou mais de 35%, atingindo 13% de presença no mercado.
Entre as culturas, a soja lidera o uso de bioinsumos, com 62% do total, seguida por milho (23%), cana-de-açúcar (10%), e outros como algodão, café, citrus e hortifruti, que juntos representam 6%. O Mato Grosso mantém a liderança no uso desses produtos, com 34% da participação nacional, seguido por Goiás/DF (12%), São Paulo (10%) e Paraná/Mato Grosso do Sul (8%).
Globalmente, o mercado de produtos biológicos foi estimado em US$ 14 bilhões em 2024 e deve atingir US$ 20 bilhões até 2027, com a América Latina ampliando sua participação de 20% para 29% nesse período. O Brasil é visto como exemplo global, com uma das maiores taxas de adoção de bioinsumos no mundo.