Pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves desenvolveram um protótipo de aplicativo móvel que utiliza inteligência artificial para identificar e quantificar automaticamente o Alphitobius diaperinus, conhecido como cascudinho, nas armadilhas instaladas em aviários. A praga, que se prolifera na cama das aves, provoca prejuízos econômicos e riscos sanitários, além de exigir uso frequente de inseticidas.
Segundo o pesquisador Gilberto Schmidt, líder do projeto, o controle do cascudinho ainda é baseado na avaliação subjetiva de técnicos e produtores. O app propõe uma abordagem científica e precisa: o usuário fotografa as amostras capturadas em armadilhas padronizadas, e o sistema processa a imagem, conta os insetos e indica o nível de infestação (“pouco”, “médio” ou “muito”).
O diferencial está na combinação de armadilhas simples, sem isca — que reduziram interferências visuais e alcançaram mais de 90% de precisão — com modelagem matemática e dados biológicos para calcular a dose exata de controle químico ou bioativo. Isso evita desperdício, diminui custos e reduz impactos ambientais.
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A inovação é estratégica para a avicultura brasileira, maior exportadora de carne de frango do mundo, com mais de 7,4 bilhões de aves alojadas por ano. “Hoje, a maioria das aplicações é feita no ‘olhômetro’, o que pode gerar gastos desnecessários ou controle ineficaz”, explica o pesquisador do projeto, Paulo Abreu.
O protótipo já funciona em smartphones simples e entrará agora em fase de testes de campo para validar o desempenho em condições reais. Os pesquisadores também avaliam adaptar a tecnologia para o controle de outras pragas, como ácaros.
A iniciativa integra o Comitê Local de Aplicação e Desenvolvimento de Inteligência Artificial (CLADIA) da Embrapa e busca parcerias para acelerar sua adoção no setor produtivo.
