A compactação do solo durante a colheita mecanizada da cana-de-açúcar tem se consolidado como um dos principais desafios para o setor sucroenergético.
O tráfego repetitivo de colhedoras e transbordos altera as propriedades físicas do terreno, reduzindo a porosidade, limitando a infiltração de água e restringindo o crescimento radicular. Em períodos de estiagem, os efeitos se tornam mais severos, acelerando os sintomas de estresse hídrico e comprometendo o potencial produtivo.
“O solo compactado se torna uma barreira física para o acesso das raízes à água e aos nutrientes. Isso reduz a longevidade dos canaviais e afeta diretamente o rendimento das lavouras”, explica Tedson Azevedo, gerente de Mercado da Grunner.
Segundo o especialista, o problema exige estratégias específicas para o período de colheita, quando o tráfego de máquinas é mais intenso.
Uma das alternativas está na adoção de equipamentos adaptados ao controle de tráfego e com maior precisão nas operações, reduzindo a sobreposição de trajetos. “Essa abordagem contribui para minimizar os efeitos da compactação, mantendo a eficiência sem comprometer os recursos naturais”, afirma Azevedo.
A experiência prática de produtores tem reforçado a urgência do tema. Azevedo lembra que muitos agricultores passaram a buscar soluções após constatarem perdas de produtividade associadas ao chamado “pisoteio” nas linhas de cana. “A compactação não é apenas um desafio agronômico, mas também econômico, porque impacta a rentabilidade das usinas e dos produtores”, acrescenta.
Estudos técnicos apontam que práticas de manejo associadas ao uso de tecnologias embarcadas podem aumentar a resiliência dos canaviais, reduzir custos de produção e contribuir para a sustentabilidade do setor no longo prazo.