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Frota de máquinas agrícolas tem potencial para crescer 6% até 2030

Pesquisa identifica que a idade média do maquinário no campo é de 15 anos; mais da metade dos produtores demonstra intenção de adquirir novo equipamento nos próximos dois anos

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A imagem ilustra uma colheitadeira da Massey Ferguson
Foto: Divulgação/Massey Ferguson

A frota brasileira de máquinas agrícolas, calculada hoje em 1,6 milhão de unidades, tem estimativa de crescimento de 6% até 2030 — para cerca de 1,8 milhão —, projeta o estudo “Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas no Brasil”, apresentado, nesta quarta-feira (24), pela BIM³ — Boschi Inteligência de Mercado

O levantamento, que contempla tratores, colheitadeiras e pulverizadores autopropelidos (que se movimentam com motor próprio), estima que o número de tratores deve saltar dos atuais 1,353 milhão para 1,478 milhão, de colheitadeiras de 217 mil para 230 mil e de pulverizadores de 82 mil para 90 mil.  

Conforme revelou ao Broto o sócio-diretor da [BIM]³, Luis Vinha, a pesquisa priorizou grandes propriedades — mais de 60% do total —, que possuem maior número de máquinas por unidade produtiva, o que permitiu detalhar aspectos como marcas, configurações, hábitos de pós-venda, uso e ciclos de renovação

“Para corrigir vieses decorrentes dessa concentração, foi aplicada reponderação estatística, garantindo que as estimativas finais de frota e idade média refletissem de forma fidedigna e rigor estatístico a estrutura real do universo pesquisado.”

O trabalho envolveu mais de 700 entrevistas em todo o território nacional entre fevereiro e julho, com 80% das entrevistas realizadas presencialmente. O estudo apresenta margem de erro de 3,4 pontos percentuais e nível de confiança de 95%, dentro dos padrões de consistência estatística. 

O levantamento identificou que a idade média da frota é de 15 anos, sendo 18 nos tratores, 10 nas colheitadeiras e 8 nos pulverizadores. No que diz respeito à tomada de decisão de compra, a faixa etária dos decisores, ressalta a pesquisa, se situa entre 40 e 60 anos, sendo majoritariamente do gênero masculino (88%). “Contudo, alguns segmentos apresentam maior protagonismo feminino, como o cultivo do café, por exemplo, onde 18% das decisões já são lideradas por mulheres”, afirma Vinha.

Tendência de locação e terceirização 

O estudo aponta tendência de avanço da locação de máquinas e/ou contratação de prestadores de serviços frente à aquisição. De acordo com o trabalho, atualmente 11% das propriedades alugam tratores, 38% recorrem à locação de colheitadeiras e 19% utilizam pulverizadores alugados.

“Essa realidade mostra que o produtor está disposto a buscar novas formas de acesso à mecanização para reduzir riscos e ampliar sua flexibilidade operacional, sem abrir mão da produtividade e da atualização tecnológica”, pontua Vinha. 

Ainda assim, 55% dos respondentes têm a intenção de adquirir uma nova máquina nos próximos dois anos. Na agenda da renovação, os motivos para compra vão desde a busca por tecnologia mais moderna, aumento da capacidade de produção, mudança de tipo de cultura, entre outros. “O produtor quer máquinas cada vez mais conectadas, inteligentes e orientadas por dados”, conclui Vinha.

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