
Resumo da notícia
- Sem regulamentação clara em 2020, a Covid-19 impulsionou o crescimento da Iron no Brasil, que passou a focar em consultas por vídeo para aliviar os hospitais lotados.
- Criada em 2019 nos EUA e Europa com foco em bem-estar, a empresa redirecionou seu projeto durante a pandemia para oferecer teleatendimentos.
- A Iron consolidou pronto-atendimento 24h e consultas eletivas, com até 500 médicos, e iniciou atuação no meio rural por meio do Clube Broto.
- A parceria oferece atendimento rápido, prontuário eletrônico único e suporte em casos que exigem socorro presencial.
- A empresa avança com pulseiras que enviam dados clínicos em tempo real e prevê a instalação futura de consultórios digitais em fazendas, ampliando o acesso remoto à saúde.
Quando a pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil, no começo de 2020, o país ainda não tinha uma regulamentação clara que permitisse consultas médicas por vídeo. No entanto, hospitais sobrecarregados e o distanciamento social exigiram soluções rápidas – e foi nesse cenário que a Iron Telemedicina encontrou espaço para crescer.
Hoje, cinco anos depois, a empresa se prepara para dar um novo passo: aproximar seus serviços de quem vive longe dos centros urbanos. Para isso, ela ingressou como parceira do Clube Broto, o primeiro clube de benefícios para produtores rurais, que oferece um conjunto de soluções tecnológicas e serviços com condições especiais, descontos e recompensas.
Do exterior para o Brasil
Globalmente, a história da Iron começou um pouco antes, em 2019, quando seu fundador instalou a empresa nos Estados Unidos e na Europa, ainda com foco em soluções de bem-estar e prevenção.
Segundo Denis Correia, diretor-executivo da empresa no Brasil, a motivação inicial veio de problemas de saúde vividos pela própria família do sócio e da percepção de que faltavam ferramentas digitais que ajudassem as pessoas a se cuidarem de forma contínua.
Com a chegada da pandemia, o projeto mudou de direção. A empresa desembarcou no Brasil e passou a concentrar esforços em telemedicina. “Era uma necessidade. Os hospitais estavam lotados e o acesso estava muito difícil. A consulta por vídeo se tornou uma alternativa viável e necessária”, relembra Denis.
Os serviços da Iron e a parceria com o Clube Broto
Desde então, a Iron consolidou dois pilares de serviços: o pronto-atendimento 24 horas e as consultas eletivas. No primeiro caso, o usuário acessa a plataforma a qualquer hora do dia, passa por uma triagem de enfermagem e é direcionado de imediato ao médico adequado – clínico geral ou pediatra. “É um pronto-socorro digital”, simplifica Denis.
Já as consultas eletivas contemplam especialidades como geriatria, cardiologia e outras áreas que, nas cidades menores, frequentemente não existem. “Nesse caso, o paciente agenda a data desejada e recebe um lembrete com o link para atendimento”, conta o diretor da Iron.
Atualmente, a empresa conta com uma equipe flutuante de 300 a 500 médicos, número que varia conforme sazonalidades, como períodos de seca, quando aumentam quadros respiratórios e, consequentemente, a procura por atendimento.
A parceria com o Clube Broto representa a primeira atuação direta da Iron com o público rural, abrindo portas para um uso ainda mais estratégico da telemedicina no campo.
Com propriedades distantes, estradas longas e cidades pequenas com poucas especialidades médicas disponíveis, o produtor rural enfrenta dificuldades que a teleconsulta promete resolver. “Para quem está no campo, a conveniência e a rapidez fazem muita diferença. A pessoa pode estar a quilômetros de um hospital, mas consegue falar com um médico em minutos”, destaca Denis.
Segundo o diretor, a equipe da Iron também orienta casos que precisam de encaminhamento presencial. Em situações de urgência, como suspeita de infarto, o time acompanha a transição do atendimento online para o socorro presencial, ajudando o paciente até que ele chegue ao hospital.
Outra vantagem é o prontuário eletrônico único. Todas as consultas ficam registradas em um histórico acessível tanto aos médicos da plataforma quanto ao próprio paciente, que pode baixar o arquivo em PDF e apresentá-lo em atendimentos presenciais.
De olho no futuro
Olhando para o futuro, a Iron Telemedicina está apostando em soluções integradas de monitoramento. Já em fase de uso e comercialização, uma pulseira desenvolvida pela empresa mede temperatura, pressão, frequência cardíaca, qualidade do sono e outros biomarcadores.
Os dados são enviados para o prontuário e podem ser acompanhados pelo médico em tempo real durante a consulta. Em casos de pacientes com condições crônicas, como diabetes ou hipertensão, o sistema emite alertas quando há alterações fora do padrão, permitindo um contato ativo da equipe de saúde.
A expectativa é de que, após o início da parceria com o Clube Broto, soluções mais robustas – como consultórios digitais instalados em fazendas com grande número de funcionários – possam ser incorporadas. Mas o primeiro passo é simples: oferecer ao produtor acesso imediato ao pronto-atendimento, sem deslocamento e onde houver sinal básico de internet.
“Se já funciona muito bem para quem mora na cidade e tem um hospital do lado, imagine para quem está no campo”, resume Denis. A Iron aposta que, nos próximos anos, telemedicina, monitoramento contínuo e tecnologia integrada serão tão comuns quanto o uso do celular – e que essa transformação pode começar justamente onde o acesso à saúde sempre foi mais difícil.