Os avanços de um projeto criado por estudantes do ensino médio para reflorestar o Pantanal foram apresentados neste final de semana durante o Pantanal Tech, no campus da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), em Aquidauana. A inovação é da startup EcoSeed, que desenvolveu o PackSeed, um pacote tecnológico que reúne sementes nativas, substrato, adubo e hidrogel, capaz de acelerar a germinação e facilitar o plantio em áreas degradadas.
A ideia surgiu em 2023, durante o Desafio de Inovação da FIEMS, e envolve alunos do curso técnico agropecuário do Centro Educacional Profissionalizante de Aquidauana (CEPA), com orientação dos professores Adriana Luzardo e Allan Motta Couto.
“Criamos o PackSeed para ajudar na recuperação de áreas degradadas do Pantanal. É uma solução inspirada na prática tradicional da muvuca de sementes usada por pantaneiros, mas com tecnologia aplicada”, explicou Adriana, que também é sócia da EcoSeed.
O projeto ganhou impulso com o apoio do PICTEC, programa da Fundect que oferece bolsas de iniciação científica para estudantes do ensino médio. “A pesquisa ganhou novo sentido. Mostramos aos alunos que ciência também pode gerar produto, renda e empreendedorismo”, acrescentou.
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Hoje, os estudantes participam de todas as etapas: da formulação dos pacotes até os testes em campo com espécies como caroba, angico e ipê. A startup agora mira a automação da produção com empacotadoras e o uso de drones para distribuição aérea. “Estamos nos primeiros seis meses da empresa, mas com apoio do ecossistema de inovação, acreditamos que vamos avançar muito mais”, disse Adriana.
O projeto chamou atenção de autoridades presentes no evento. Para o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, a iniciativa é exemplo de como a ciência pode gerar impacto no território. “É o conhecimento saindo da universidade e mudando a realidade ambiental e econômica da região.”
Já o aluno Henrique Dias, um dos bolsistas, resumiu o sentimento de quem participa: “Ver que a nossa ideia pode virar negócio e ajudar o Pantanal é a maior motivação que a gente poderia ter.”
