
Com a tecnologia de máquinas agrícolas inundando cada vez mais as lavouras brasileiras, chega a ser uma missão quase impossível conhecer todas as soluções inovadoras que estão presentes no campo. Pensando nisso, o que você conhece de telemetria?
Ouvindo pela primeira vez, o nome pode parecer meio estranho e a ideia do que se trata meio abstrata. No entanto, sua definição não é tão complexa assim.
De modo muito simples e direto, entende-se por telemetria a tecnologia que possibilita a medição de dados e o monitoramento remoto de objetos, que são transmitidos para uma central, a qual analisa e ajuda na tomada de decisões em tempo real.
Agora, imagina a telemetria aplicada nas máquinas agrícolas que são usadas diariamente no campo. Quanto isso poderia contribuir com as operações? Foi pensando nisso que Gilberto Girardi criou, no final de 2018, a Velos, empresa que atua no mercado oferecendo serviços de telemetria de máquinas.
“Nós trabalhamos com uma solução que combina um hardware (dispositivo físico) e um software (sistema), chamada REX”, conta Gilberto.
O hardware é um computador de bordo embarcado nas máquinas, que tem por objetivo monitorar o que ela está fazendo e também deixando de fazer. Ele conta com uma tela de fácil manuseio e que pode ser utilizada pelo operador para acrescentar informações.
Os dados coletados pelo computador vão todos para uma solução de software, que está na nuvem e por isso funciona em locais com baixa ou nenhuma conexão de internet. onde os proprietários ou os gerentes das fazendas conseguem enxergar se aquilo que está sendo realizado está dentro do planejado.
As métricas de desempenho são disponibilizadas em tempo real e podem ser acessadas à distância por dispositivos móveis. “A gente sabe que grande parte dos nossos clientes não conseguem estar sempre na lida do campo. Boa parte fica nos escritórios e nossa solução não o impede de monitorar o que está sendo feito pelo computador ou celular”, afirma Gilberto.
Tecnologia que se adapta
Segundo o fundador da Velos, o REX pode ser embarcado em qualquer tipo de máquina utilizada no campo: tratores, pulverizadores e colheitadeiras, independentemente da marca, do modelo e do ano de fabricação.
“A prova disso é que hoje a gente atende desde pequenos fruticultores do Vale do São Francisco até grandes fazendeiros de grãos do Centro-Oeste, passando por produtores de cana-de-açúcar, citros e café do Sudeste”, comenta Gilberto. “Na nossa gama, a gente tem clientes que possuem 100 máquinas monitoradas pela nossa solução e também clientes com duas máquinas monitoras”, completa.
Ao implementar o REX em sua frota, o produtor consegue calcular com exatidão o desempenho de cada uma e emitir alertas instantâneos para o operador, por meio do computador de bordo, possibilitando correções e evitando prejuízos.
“É aquela velha máxima: tudo aquilo que não é medido, não é controlado”, afirma Gilberto. “Ao instalar o REX, a gente percebe muita ociosidade de motor, gastos excessivos de combustíveis e horas extras de trabalho desnecessárias”, exemplifica o CEO da Velos.
Os dados coletados ajudam a planejar melhor as operações, reduzir desperdícios, otimizar o uso de recursos e aumentar a produtividade – sem exigir do produtor um conhecimento técnico avançado. Além disso, a solução também permite a gestão centralizada de diversas fazendas ou unidades operacionais em um único painel, tornando-se ideal, nesse caso, para grupos agrícolas, cooperativas e consultorias.
Velos e Clube Broto
A Velos está oferecendo a solução REX no Clube Broto, o primeiro clube de assinatura do agro focado em soluções digitais, inovação e economia para o produtor rural. Ao todo, o Clube oferece mais de 18 categorias em todas as etapas da produção, com soluções que aumentam sua produtividade e apoiam cada fase do ciclo no campo.
“A gente enxerga como uma baita oportunidade, que facilita o acesso ao produtor rural pessoa física, um perfil de cliente que a gente vem buscando cada vez mais”, celebra o fundador da Velos.
Olhando para o futuro, ele pretende incorporar inteligência artificial no REX. “Hoje, a nossa solução faz a captação dos dados, organiza-os e os traduz de um jeito mais fácil de ser visualizado pelo nosso cliente. Mas ela não é proativa no sentido de sugerir e fazer indicações”, afirma.
“A gente já está trabalhando com IA e machine learning (aprendizagem de máquinas) para identificar alguns padrões de desempenho e quem sabe começar a fazer indicações num futuro próximo”, finaliza.