Tecnologias sustentáveis na agricultura e pecuária devem gerar R$ 94,8 bi ao PIB
Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Conforme informado pelo novo estudo do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), com apoio do Instituto Equilíbrio e da Agni, as tecnologias e práticas sustentáveis no agronegócio brasileiro devem gerar um aumento de R$ 94,8 bilhões ao PIB do Brasil até 2030.

O levantamento, “Potencial Econômico das Práticas Sustentáveis na Agricultura e Pecuária”, estima que o aumento da adoção biocombustíveis, bioinsumos, sistema de plantio direto e terminação intensiva de gado, reduzindo a emissão de gás carbono, deve gerar mais empregos no ramo e aumento de produtividade.

O estudo da FGV também focou em cada prática de forma separada: para os biocombustíveis, foi estimada a geração de R$ 71,4 bi adicionais ao ano; R$ 15,2 bi com bioinsumos; R$ 4,7 bi com a ampliação do plantio direto; e R$ 3,5 bi com a intensificação da terminação bovina.

As tecnologias sustentáveis podem criar mais de 700 mil novos postos de trabalho na agricultura e pecuária brasileiras, até 2030. Em relação ao sistema de plantio direto (SPD), a área plantada desta forma deve crescer 10,8 para 34,1 milhões de hectares, um acréscimo de 23,3 mi de hectares de soja sob o sistema, por exemplo.

Essas mudanças podem vir a reduzir em 7,4 milhões de toneladas de CO₂ (MtCO₂) equivalente entre 2025 e 2030. O que aconteceria devido a fixação de carbono no solo, diminuindo as emissões.

No caso da pecuária, a terminação intensiva, ou seja, a antecipação do abate e o aumento do ganho de peso do rebanho, deve passar de 8 mi para 13,5 mi de cabeças até 2030. O que significaria uma redução de 19,3 MtCO₂ nas emissões da bovinocultura, devido ao menor tempo de permanência dos animais no sistema.

E na bioenergia, as tecnologias sustentáveis devem criar uma oferta total de 63,9 bilhões de litros de biocombustíveis até o final da década, um aumento de quase 70% no setor, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2030).

A expansão alcançaria o etanol de cana (31,7 bilhões), milho (14,3 bilhões), biodiesel (17 bilhões) e etanol de segunda geração (0,9 bilhão, importado). A expectativa é que isso impulsione outros setores econômicos, como: transportes (+8,1%); indústria de transformação (+6,4%); agropecuária (+3,5%) e agroindústria (+1,2%).