Vinagre de maçã, vinagre de álcool, vinho e balsâmico. A lista não é tão longa assim, mas estudantes da rede pública no interior da Bahia provaram que é possível criar mais uma variedade desta solução, comumente utilizada na culinária.
Inspiradas em saberes tradicionais do sertão baiano e incentivadas pelo professor Valério Araújo, as alunas Mayelen Sena e Lavínia Lívia de Santos, do Colégio Estadual do Campo de Serra Grande, em Uruçuca, desenvolveram um vinagre artesanal a partir do caldo de cana-de-açúcar. A proposta alia sustentabilidade, inovação e valorização da cultura local, com foco na geração de renda e empreendedorismo comunitário.
Além de reaproveitar um ingrediente comum na região, o projeto aposta em benefícios funcionais do produto. Estudos do Centro Tecnológico de Pesquisa e Produção de Alimentos (CTPPA) indicam que o vinagre de caldo de cana pode reforçar o sistema imunológico, auxiliar na digestão e oferecer aminoácidos essenciais que o corpo humano não produz naturalmente.
Com apoio da Secretaria da Educação (SEC) e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a iniciativa foi pensada para ser de baixo custo, com potencial de mercado acessível e valorização do saber local.
De acordo com a Secti, as estudantes já miram os próximos passos: pretendem testar a aceitação do produto em eventos regionais e planejam, no médio prazo, abrir um ponto físico de venda. “Dependendo dos resultados, planejamos expandir as vendas criando uma loja física”, explica Lavínia, reforçando o desejo de transformar a ideia em um modelo de negócio viável, com impacto direto na comunidade.