Fruticultura

Tâmaras no sertão: Bahia testa cultivo inédito com mudas dos Emirados Árabes

Com apoio da Adab, estado inicia projeto pioneiro para introduzir tamareiras em regiões do Cerrado e da Caatinga

tâmaras
Foto: Ascom/Adab

Tâmaras no Brasil. Você não entendeu errado. Nesta segunda-feria (7), chegaram a Bahia 100 mudas de tamareiras, de 12 variedades, doadas pelos Emirados Árabes ao Governo do Estado. Após liberação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as plantas foram entregues à Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), responsável pela análise fitossanitária e distribuição em áreas com potencial produtivo.

Mas antes disso, as tamareiras cumpriam quarentena no Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), da Embrapa, em Brasília. A ação é fruto de estudos técnicos nos biomas do Cerrado e da Caatinga, que apontaram similaridades de clima e solo com as regiões produtoras do Oriente Médio.

Com a iniciativa, a Bahia se prepara para iniciar a produção de tâmaras visando abastecer o mercado nacional e, futuramente, exportar excedentes para outros países da América do Sul. A Adab coordena a seleção das regiões aptas para o cultivo, priorizando áreas com infraestrutura básica de irrigação e manejo.

Se engana quem acha que só as futuras gerações irão colher as tâmaras brasileiras. Segundo técnicos do órgão, a expectativa é que a produção não demore a acontecer. Em áreas com condições adequadas, algumas plantas começaram a frutificar com apenas dois anos e meio.

 “Mesmo sem os tratos culturais devidos, adubação, poda, encontramos propriedades produzindo frutas de excelente qualidade no estado, o que mostra a viabilidade econômica e sócio produtiva”, atesta o diretor-geral da Adab, Paulo Sérgio Luz, que coordena o trabalho no estado. Na Bahia, quem planta tâmara, colhe tâmara

A próxima etapa, agora em fase de avaliação pelo Mapa, prevê a autorização para a importação de 10 mil mudas dos Emirados Árabes. A intenção é implantar o cultivo em escala comercial, viabilizando inclusive a instalação de indústrias de beneficiamento no estado. “A produção comercial justificará a atração de investidores e o abastecimento de mercados internos e externos”, reforça a Adab.