Controle de praga

Monitoramento indica cigarrinha-do-milho dentro do esperado em Santa Catarina

Primeiro boletim da safra indica situação dentro do esperado para os produtores catarinenses

Cigarrinha na lavoura de milho
Foto: Sistema Faep

O primeiro levantamento do programa Monitora Milho SC para a safra 2025/26 mostrou que a infestação de cigarrinha-do-milho está dentro do esperado em Santa Catarina. A média registrada foi de 5,41 insetos por armadilha em 50 lavouras acompanhadas no estado.

A pesquisa é realizada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), em parceria com a Cidasc e a Udesc, com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária e de instituições ligadas ao Comitê de Ação contra a Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados.

Resultados do levantamento

De acordo com a pesquisadora Maria Cristina Canale, do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Epagri (Cepaf), os números estão dentro da normalidade para a fase de implantação das lavouras. Segundo ela, o histórico de cinco anos de monitoramento permite estabelecer parâmetros comparativos para cada etapa do cultivo.

O estudo não detectou a presença das bactérias responsáveis pelos enfezamentos vermelho e pálido, consideradas bastante agressivas para a cultura do milho. No entanto, foi registrada a ocorrência do vírus do rayado-fino em amostras coletadas nos municípios de Mafra, Bom Jesus do Oeste e Tunápolis. A orientação para os produtores é iniciar o manejo da lavoura com inseticidas químicos, complementando com produtos biológicos sempre que possível.

Apoio tecnológico

As informações do monitoramento podem ser acessadas também pelo aplicativo Epagri Mob, disponível gratuitamente para celulares Android e iOS. A ferramenta permite acompanhar boletins semanais com dados atualizados sobre a presença da cigarrinha-do-milho em diferentes regiões do estado.

A recomendação da Epagri é que agricultores e técnicos consultem o aplicativo regularmente, já que a situação da infestação pode mudar em curtos períodos.

Maria Cristina destaca que a convivência com a cigarrinha e as doenças transmitidas por ela se tornou um desafio permanente. “Embora os enfezamentos já sejam conhecidos há décadas, os surtos têm sido frequentes em várias regiões do Brasil. Por isso, é fundamental que os produtores adotem estratégias de manejo integrado, adaptadas à realidade de cada localidade”, afirmou.

O programa Monitora Milho SC foi criado em 2021 e desde então divulga semanalmente informações sobre a evolução da praga e suas consequências para a produção agrícola em Santa Catarina.