Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil é o quinto maior produtor de cacau no mundo. Entre chocolates, óleos, cosméticos e alimentos, o fruto percorre um longo caminho desde a extração até o consumo. Pensando nisso, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) intensifica as ações de monitoramento nas propriedades rurais do Vale do Juruá, com foco na prevenção da monilíase, doença que afeta frutos de cacau e cupuaçu.
O trabalho inclui inspeções em campo e orientação direta aos produtores. Segundo técnicos do Idaf, as ações de educação sanitária são fundamentais para reduzir os riscos de disseminação do fungo e proteger o potencial produtivo da região, com menor impacto econômico e ambiental.
Atualmente, o Acre possui mais de 80 hectares de cacau cultivado e cerca de 200 hectares de cacau nativo, conforme estimativa da Secretaria de Agricultura (Seagri). Mais do que uma fonte de renda, o cacau é também um símbolo cultural enraizado na floresta amazônica. No Dia Mundial do Chocolate, comemorado em 7 de julho, o Idaf reforçou a importância de manter a sanidade das plantações para garantir qualidade e sustentabilidade.
Os produtores são orientados a adotar práticas como a poda correta, o monitoramento frequente das áreas plantadas e o descarte adequado de frutos suspeitos. Em casos de detecção da monilíase, o protocolo inclui a poda imediata das árvores afetadas.
A atuação do Idaf se estende também a treinamentos, campanhas educativas e orientações técnicas em outras regiões do estado. O objetivo é ampliar o conhecimento sobre os primeiros sinais da doença e as formas corretas de enfrentamento.
Entre as medidas de biossegurança estão: evitar o transporte de frutos da região do Juruá, comercializar somente amêndoas de cacau tipo 1 e 2, impedir a entrada de materiais contaminados e comunicar imediatamente o Idaf em caso de suspeita.
A região do Juruá, que engloba municípios como Cruzeiro do Sul, Feijó e Tarauacá, é considerada estratégica para a produção agrícola e para o ecoturismo na floresta amazônica.