O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tem incentivado grupos de produtores rurais de café arábica na região da Nova Alta Paulista a buscarem o selo de Indicação Geográfica (IG), um reconhecimento que agrega valor ao produto, fortalece a identidade regional e amplia a competitividade no mercado.
A Indicação Geográfica do Café da Nova Alta Paulista, localizada no oeste do Estado de São Paulo, recebeu o mérito oficial no último dia 7 de outubro, consolidando-se como um novo marco para o agro paulista. O uso do selo é autorizado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
Com o novo registro, o estado de São Paulo passa a contar com 11 IGs reconhecidas, sendo seis ligadas à cafeicultura. No portal do Mapa, é possível acompanhar todas as indicações registradas e o trabalho de fomento desenvolvido pelo ministério junto aos produtores.
A Indicação Geográfica do Café da Nova Alta Paulista abrange 30 municípios, dos quais 23 já cultivam café. Os outros sete, caso retomem a produção e cumpram as exigências do caderno de especificações, também poderão integrar a IG futuramente.
Segundo Estanislau Steck, superintendente da Agricultura e Pecuária em São Paulo, a região da Nova Alta Paulista foi uma das últimas fronteiras agrícolas a serem colonizadas no estado, junto à Alta Araraquarense. “Após a segunda metade do século 20, o café foi o principal motor do desenvolvimento regional. O vínculo histórico entre os pioneiros e os produtores atuais continua forte, marcado pelas dificuldades e conquistas ao longo das décadas”, destacou.
O Mapa também emitiu o Instrumento Oficial de Delimitação Geográfica, documento que define o território reconhecido pela IG. As cidades contempladas nesta primeira etapa são: Adamantina, Arco-Íris, Dracena, Flórida Paulista, Herculândia, Iacri, Inúbia Paulista, Irapuru, Junqueirópolis, Lucélia, Mariápolis, Monte Castelo, Nova Guataporanga, Osvaldo Cruz, Ouro Verde, Pacaembu, Parapuã, Rinópolis, Sagres, Salmourão, São João do Pau d’Alho, Tupã e Tupi Paulista.
A região, que abriga cerca de 400 mil habitantes, reúne mais de mil cafeicultores e já conta com mais de cem produtores interessados em participar do processo de valorização do produto e do território.
A gestão da IG ficará sob responsabilidade da Associação dos Produtores Rurais de Pacaembu e Região (Aprup), que pretende impulsionar o desenvolvimento local, promover o crescimento sustentável e agregar valor tanto ao café quanto às terras cultivadas.
Nos últimos anos, a região também retomou a realização de concursos de qualidade do café. As competições, iniciadas entre 2012 e 2015, haviam sido interrompidas até 2022 e voltaram a ocorrer em 2023, durante o processo de reconhecimento da IG. A cada edição, cresce o número de amostras classificadas como cafés especiais, reforçando o potencial da Nova Alta Paulista como novo polo de excelência da cafeicultura paulista.