Sustentabilidade

Eucalipto resistente a geada gera impacto econômico de R$ 6 milhões no Sul do Brasil

Espécie Eucalyptus benthamii, avaliada pela Embrapa Florestas, apresenta ganho de produtividade de 30% e se consolida como alternativa sustentável para regiões frias

Eucalipto resistente a geada gera impacto econômico de R$ 6 milhões no Sul do Brasil

A adoção da espécie Eucalyptus benthamii, resistente a geadas severas, resultou em um impacto econômico estimado em R$ 6 milhões no Sul do Brasil, conforme estudo divulgado pela Embrapa Florestas em 2024. O levantamento destaca que a espécie já ocupa 15.600 hectares nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, em áreas manejadas por empresas, pequenos e médios produtores.

A alta produtividade da espécie é apontada como o principal diferencial. Enquanto outras variedades de eucalipto comuns em regiões frias apresentam rendimento de 30 a 35,3 m³/ha/ano, o E. benthamii atinge 43 m³/ha/ano — um ganho de cerca de 30%. Esse desempenho favorece o uso da madeira como biomassa para geração de energia, especialmente em cooperativas agrícolas que utilizam o calor para secagem de grãos.

Segundo a Embrapa, o cultivo do E. benthamii vem sendo utilizado também em sistemas integrados, como o ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), o que amplia seu potencial de diversificação de renda e uso sustentável do solo.

Além do impacto econômico, a tecnologia contribui para a redução da pressão sobre florestas nativas, sequestro de carbono e recuperação de áreas degradadas. O estudo também identificou efeitos positivos sobre o emprego local e o fortalecimento da rede de pesquisa e transferência de tecnologia.“Atualmente o E. benthamii é o material genético de eucalipto com maior tolerância às geadas, sendo uma alternativa para produção de madeira em regiões com clima frio”, afirma Emiliano Santarosa, supervisor do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Florestas e um dos autores da análise.

“Além do material genético, é importante destacar que a qualidade das mudas e os fatores associados ao planejamento e ao manejo florestal são essenciais para garantir a produtividade de madeira”, afirma.