
As exportações de carne suína brasileira registraram em abril o segundo maior valor da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), iniciada em 1997. Ao todo, foram embarcadas 127,8 mil toneladas de produtos suinícolas (in natura e processados), gerando uma receita de R$ 1,73 bilhão. O resultado representa um aumento de 9,3% em relação a março e expressivos 40% frente a abril de 2024.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse volume exportado configura um recorde para o mês de abril e o terceiro maior da série histórica da Secex. Os embarques apresentaram alta de 11,4% frente a março e de 14,5% na comparação anual.
No mercado interno, o Cepea observa que a oferta de suínos está equilibrada com a demanda na maioria das regiões acompanhadas. Apesar da procura firme, o tradicional aquecimento do consumo no início do mês não se concretizou, mantendo os preços do suíno vivo e da carne praticamente estáveis.
Exportações de carne bovina avançam além da produção
Paralelamente, dados da Secex analisados pelo Cepea mostram que, embora a produção brasileira de carne bovina esteja em crescimento, as exportações têm avançado em ritmo ainda mais acelerado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção aumentou 2,73% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024. Já as exportações de bovinos cresceram quase 12%, com um incremento de 70,97 mil toneladas, frente ao aumento de 64,93 mil toneladas na produção.
Esse cenário de maior demanda externa já se reflete nos preços. O Indicador do Boi Gordo CEPEA/ESALQ (praça de São Paulo) registrou alta real de 22% no primeiro trimestre de 2025 frente a igual período do ano anterior, considerando a correção pelo IGP-DI. Já a carcaça casada bovina no atacado da Grande São Paulo teve valorização de 23,8% no mesmo comparativo.